No momento em que a sabotagem ao Brasil praticada pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, ultrapassa todos os limites do bom senso, cresce o isolamento do bolsonarista desgarrado. Em meio às especulações sobre a manutenção da escandalosa taxa de juros do país (13,75%), a ser confirmada amanhã após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a política de austericídio monetário do BC tem sido alvo de duras críticas de economistas, entre eles o Nobel de economia, Joseph Stiglitz.
O assunto esteve no centro do debate na primeira etapa do seminário “Estratégias do Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI”, promovido pelo BNDES, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (20), que reuniu o presidente do banco, Aloizio Mercadante, ministros e autoridades internacionais como Stiglitz.
“A taxa de juros de vocês é de fato chocante”, fulminou o americano Joseph Stiglitz, ganhador do Nobel de Economia, durante sua participação no seminário. O economista comparou os efeitos dos juros no Brasil a uma pena de morte econômica. ‘É o tipo de taxa de juros que vai matar qualquer economia. É impressionante que o Brasil tenha sobrevivido a isso, que seria uma pena de morte”, considerou.
“E parte da razão disso é que vocês têm bancos estatais, como o BNDES, oferecendo fundos a empresas produtivas para investimentos de longo prazo com juros menores”, elogiou Stiglitz.
Para o economista, que falou sobre estratégias para o desenvolvimento sustentável no âmbito das políticas fiscal e monetária, o país pena com taxas de crescimento baixas nas últimas décadas por conta dos juros. “É claro que juros altos afastam investimento e reduzem produtividade”, constatou Stoglitz. “O país é muito dependente de commodities e precisa de transição para uma economia industrial verde”, ressaltou.
Segundo Stiglitz, já ficou demonstrado que o monopólio do mercado eleva os riscos e a desconfiança junto com a inflação. “Um Banco Central independente e com mandato só para inflação não é o melhor arranjo para o bem-estar do País como um todo”, alertou.