Criado em 2008 pelo ex-presidente Lula para servir como uma poupança para o País em momentos de crises externas e ajudar a regular o valor da moeda, o Fundo Soberano do Brasil (FSB) foi extinto nessa terça-feira (22) por Michel Temer. Destruindo as reservas e a soberania do país, Temer pretende utilizar os recursos do fundo para o pagamento da dívida pública. O plano estratégico que havia sido formulado para o fundo previa sua consolidação até 2023.
O Fundo, que chegou a ter mais de R$ 26 bilhões de reais em ativos, foi rapidamente dilapidado nos últimos meses, chegando a apenas R$ 500 milhões. O último resgate importante feito pelo atual governo foi de R$ 3,5 bilhões, na primeira semana de maio.
O economista Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicável (Ipea), explica que com a abertura econômica dos anos 1990, o Brasil não criou mecanismos de proteção contra crises externas. “Foi para reduzir esta exposição brasileira às instabilidades do capitalismo que o Fundo Soberano foi criado. Ele é composto com excedentes comerciais que garantem liquidez de caixa em moeda forte para o país enfrentar turbulências externas e defender seu dinheiro de ataques especulativos”, explica.