O senador Paulo Rocha (PT-PA) denunciou, da tribuna do Senado Federal, o desmonte que o Governo Temer vem promovendo no Banco da Amazônia ao extinguir a Gerência de Agricultura Familiar, que vai atingir milhares de pequenos produtores no estado do Pará e em toda a região.
Para ele, a medida mostra a falta de compromisso deste governo com a Amazônia, pois vai afetar um banco público criado com essa missão do desenvolvimento regional, para atender aos nove estados que integram a Amazônia Legal. “O Banco da Amazônia tem um papel fundamental no estímulo ao desenvolvimento da maior região brasileira”, disse o senador paraense.
Tudo foi feito sem uma avaliação adequada com o verdadeiro papel econômico e social do Banco, argumentou o parlamentar citando como exemplo o fechamento das agências de Açailândia, no Maranhão, município que concentra o maior PIB daquele Estado, e Carauari, no Amazonas, municípios de grande importância econômico e social, que necessitam deste serviço bancário e que ficaram bastante prejudicados com a decisão do governo.
Paulo Rocha disse que o encolhimento estrutural do Banco da Amazônia não levou em conta que das mais de 372 mil operações efetuadas até dezembro de 2016, mais de 270 mil são das atividades desenvolvidas pela agricultura familiar, correspondendo a 72% do volume físico de negócios, com desembolsos que ultrapassam R$ 4,9 bilhões e beneficiam mais de 1 milhão de pessoas, numa média de 4 pessoas por famílias que possuem financiamento.
Ele fundamentou que a instituição criada em 1942 é responsável por 67% de todo o crédito de fomento nos nove Estados que integram a Amazônia Legal. “Mas o atual governo, em nome de um suposto ajuste estrutural, decidiu eliminar uma superintendência; nove gerências executivas e oito agências bancárias”, prosseguiu Paulo Rocha.
A extinta Gerência de Agricultura Familiar era a responsável pela gestão, políticas, análises, desembolsos e acompanhamento de crédito para aquele importante segmento, constituído de mini e micro pequenos produtores rurais desassistidos, aqueles que possuem até, no máximo, quatro módulos fiscais, o público alvo do PRONAF, “importante programa do governo federal, aperfeiçoado nos Governos Lula e Dilma, que além de contribuir para a erradicação da pobreza, combate às desigualdades”, concluiu.