As reformas da Previdência e trabalhistas são “criminosas”. É o que acredita o senador Paulo Paim (PT-RS), que falou nesta segunda-feira (13), na Liderança do PT do Senado, sobre as duas propostas apresentadas pelo governo Michel Temer.
Paim acusou o governo de usar dinheiro público para fazer campanhas publicitárias mentirosas sobre essas duas reformas, que tramitam em comissões especiais na Câmara dos Deputados. As peças classificam como positivas as mudanças em direitos garantidos por lei.
“Achar que isso é bom para o trabalhador é piada. E o governo gasta bilhões do nosso dinheiro, do seu dinheiro, com propaganda mentirosa. Eles sabem que eles mentem”, disse o petista. “Ô presidente, olhe bem aqui nos meus olhos: você sabe que você está mentindo, né? E a quadrilha que está do seu lado também está mentindo e usando dinheiro público. Isto é um absurdo”, acrescentou Paim.
Assista ao vídeo do senador sobre as propostas de Temer:
A reforma da Previdência (PEC 287) define a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria e tempo de contribuição de 49 anos para o recebimento integral do benefício. Para o senador, dificilmente alguém conseguirá se aposentar por esses critérios.
“Quem é que emprega alguém com 16 anos? Muito difícil. Quem é que mantém alguém no emprego com mais de 60 anos? Demitem, para pegar alguém de 25, 30, 40 anos. Ninguém vai conseguir 49 anos de contribuição com mais de 65 de idade”, concluiu.
Ele ainda inclui o Projeto de Reforma Trabalhista (PL 6.787) como outro risco para o povo. Aliados do governo estudam incluir na proposta o chamado contrato intermitente, que permite ao empregador pagar o funcionário por hora trabalhada.
“Adeus 13º, férias, hora extra, fundo de garantia, licença maternidade, paternidade… Nada é contigo e não é com teu patrão, porque ele vai dizer que já te pagou as horas que você tinha [direito] mediante esse tipo de contrato”, explicou Paim.
O senador acredita que a população brasileira não vai aceitar calada as propostas. “Por isso que nós haveremos de derrubar as duas reformas com pressão de fora para dentro do Congresso usando a principal arma, que é a arma do voto, a arma da democracia. Quem votar a favor dessas duas reformas não pode voltar para o Congresso Nacional”.
Reprodução autorizada mediante citação do site PT no Senado