Alessandro Dantas
A senadora Teresa Leitão (PT-PE) classificou como sombria a semana que sucedeu ao julgamento histórico do ex-presidente Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal(STF). Em entrevista ao Café PT nesta quarta-feira (24/9), ela alertou que a extrema direita respondeu à derrota no Judiciário com ofensiva no Legislativo.
“Eles estão armando. E o que escolheram? Primeiro, a PEC da Blindagem, absolutamente desprovida de sentido ético, e depois a PEC da Anistia, direcionada e personalizada”, afirmou.
Teresa Leitão destacou que ambas as propostas são inconstitucionais e atacam a democracia. Ela reforçou que a proposta de anistiar golpistas “é uma chantagem para salvar uma família, a família Bolsonaro”, e que o projeto “vem contaminado pelos interesses dessa família, inclusive ensejando tensão nas relações com os Estados Unidos”.
“A anistia é um retrocesso jurídico e civilizatório”
A senadora fez um resgate histórico da anistia concedida aos torturadores da ditadura militar e associou a impunidade daquele período ao surgimento do bolsonarismo.“Bolsonaro é um amante da tortura, defensor de torturadores. Se tivessem sido punidos, o diálogo social seria outro”, afirmou.
Para Teresa Leitão, conceder anistia a golpistas em 2025 seria repetir esse erro histórico. “Essa anistia é inconstitucional, desprovida de qualquer suporte jurídico, uma afronta à democracia”, completou. “Voto secreto e manobras como a liderança de Eduardo Bolsonaro desmoralizam o Congresso”.
Ao criticar a nomeação de Eduardo Bolsonaro como líder das minorias na Câmara, a senadora disse que se trata de uma manobra regimental para garantir salário público sem trabalho. “Ele está lá apenas para prejudicar o Brasil. Já devia ter sido punido. Essa liderança é para não precisar dar presença. Um arranjo para justificar o salário”, denunciou.
Ela também rejeitou o retorno do voto secreto para casos de cassação e punição de parlamentares. “Isso desabona o Congresso Nacional. Faz as pessoas ficarem descrentes da política. Despolitiza a relação com a sociedade”, disse.
Veja a íntegra da entrevista:
“A extrema direita quer travar as pautas do povo”
A senadora afirmou que a oposição, ao insistir em temas como blindagem e anistia, sabota as pautas de interesse popular. “Eles estão dando prioridade a pautas corporativistas e inconstitucionais em detrimento da pauta do povo”, afirmou.
Ela citou como exemplo a tentativa da extrema direita de atrasar a votação da medida provisória que reduz a conta de luz de 105 milhões de pessoas e isenta 65 milhões do pagamento de energia. Teresa Leitão criticou também a resistência à reforma da renda, que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. “Eles não querem tributar os super-ricos, que são bancos, bilionários, lucros e dividendos. Querem travar uma das reformas mais ambiciosas de justiça tributária no Brasil”, pontuou.
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Congresso alinhado ao projeto do povo
Com as eleições se aproximando, o senadora destacou a importância do envolvimento da militância na escolha dos seus futuros representantes. “De que adianta votar em Lula e eleger um deputado direitista?”, questionou. Ela defendeu que a disputa de 2026 seja também por um Congresso progressista.
“Precisamos garantir um Congresso que apoie o governo Lula. Temos maioria no Senado, não podemos perder isso”. Teresa Leitão ressaltou que o governo Lula tem resultados valiosos para apresentar ao povo brasileiro. “O Brasil saiu do mapa da fome, temos a menor taxa de desemprego da série histórica , e o povo voltou a se alimentar melhor. Isso é fruto das políticas acertadas do presidente Lula”.
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CPMI do INSS
A senadora também comentou os avanços da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre irregularidades no INSS. “Acho que eles se arrependeram de ter proposto essa CPMI. Já está comprovado que o desvio começou no governo Bolsonaro”, disse.
Segundo Teresa Leitão, os parlamentares petistas têm prorrogado bem os trabalhos. “Hoje, apesar de termos perdido a presidência, temos maioria e estamos comprovando os malfeitos”.
Ela elogiou os esforços do governo federal para reverter os danos. “O governo Lula já está devolvendo uma grande parte dos recursos desviados, e os responsáveis vão ser punidos. Isso é dado como certo”, concluiu.
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“Lula é um gigante e símbolo da soberania brasileira”
Ao final da entrevista, Teresa Leitão ressaltou o papel de Lula como liderança nacional e internacional. “Ele é um ícone da resistência e da luta pela soberania. Tem se posicionado de forma incomparável com outras lideranças”, afirmou.
“Vamos ter que mostrar o que a extrema direita fez ao Brasil e o que estamos fazendo para reconstruí-lo”.
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