Braços cruzados. Máquinas paradas. Foi assim o 28 de abril. O dia em que a classe trabalhadora, aquela que sobrevive do salário e não explora ninguém, fez a maior greve das últimas décadas. E dela participaram também estudantes, aposentados, intelectuais, sem-teto e sem-terra, enfim todos(as) que não aceitam o desmonte da Previdência e a revogação dos direitos trabalhistas. Apesar da repressão, da campanha orquestrada pela mídia mentirosa, que tentou desqualificar o movimento, a greve foi mesmo geral, num protesto vigoroso contra o governo usurpador e suas “reformas” antipopulares.
Convocada pelas centrais sindicais, pelas Frente Brasil Popular e Povo sem Medo, pelo PT e partidos de esquerda, a greve estendeu-se por vários setores da produção para que “parando as máquinas e no silêncio do operário se ouça o grito” (Maiakovski, “Hino da Greve”). E o mesmo grito, vibrante, deve ecoar novamente, neste 1º de maio de lutas, unindo amplos setores da população, que, ao lado das classes trabalhadoras, também desejam a volta da democracia ao País.
A cada pesquisa – a mais recente foi a do Datafolha – cresce o repúdio ao governo golpista e aos partidos que o sustentam. A impopularidade, a rejeição, estende-se às políticas ditas de austeridade que aprofundam a recessão e ampliam o desemprego.
Inquestionável também a liderança do Lula, distante de todos os eventuais adversários na futura eleição presidencial. Importante notar que o levantamento foi realizado, intencionalmente, após a nova enxurrada de acusações forjadas e delações induzidas contra o ex-presidente.
A maioria quase unânime dos(as) entrevistado (as) – 85% – quer ver Temer fora do governo e defende eleições diretas. Está na hora de votar uma PEC convocando eleições gerais antecipadas para outubro de 2017.
Rui Falcão é presidente nacional do PT