Três em cada quatro brasileiros buscam atendimento na rede pública de saúde

Do total de pacientes hospitalizados, 65,7% (ou 8,0 milhões) foram atendidos pelo Sistema Único de SaúdeQuando o assunto é atendimento médico, o brasileiro costuma ser fiel. A grande maioria dos pacientes costuma procurar o mesmo lugar, o mesmo médico ou o mesmo serviço de saúde quando precisa de socorro. E, o mais surpreendente é que, nesse caso, a porta principal de acesso é a saúde pública.

Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) – Acesso e Utilização dos Serviços de Saúde, Acidentes e Violências, divulgada nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos 156,1 milhões de brasileiros que costumam procurar o mesmo lugar, o mesmo médico ou o mesmo serviço de saúde, a grande maioria (71,1%) busca atendimento na rede pública. Desse total, 47,9% buscam atendimento na Unidade Básica de Saúde, seguido por Unidades de Pronto Atendimento Público ou Emergência de Hospital Público (11,3%), em Hospital Público ou Ambulatório (10,1%) e Centro de Especialidades, Policlínica Pública ou PAM (1,8%).

Se o caso for de internação, o Sistema Único de Saúde (SUS) também é a opção mais utilizada. Das pessoas que ficaram internadas em hospitais por 24 horas ou mais, 65,7% (ou oito milhões) tiveram este atendimento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A proporção de internação em hospitais do SUS foi maior para pessoas de 0 a 17 anos de idade (75,2%), para pessoas que se declararam de cor preta (75,8%) e parda (75,4%) e não apresentou diferenças por sexo. Essa proporção também foi maior quanto menor o nível de instrução: variou de 80,6% das pessoas sem instrução ou fundamental incompleto a 19,7% das pessoas com nível superior completo.

No caso de saúde dentária, a situação é oposta, já que 74,3% das pessoas recorrem a consultórios ou clínicas particulares. As Unidades Básicas de Saúde foram responsáveis por 19,6% dos atendimentos.
A pesquisa foi realizada em parceria com o Ministério da Saúde e reúne dados referentes ao ano de 2013. Em dezembro do ano passado, o IBGE divulgou outro volume da pesquisa, com dados sobre percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Nesta edição, a Pesquisa Nacional de Saúde 2013 registra o acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências. Veja a seguir alguns pontos da pesquisa:

Acesso a atendimento
Segundo os últimos dados, das 30,7 milhões de pessoas (15,3% da população) que informaram ter procurado algum atendimento de saúde nas duas últimas semanas anteriores à data de referência da pesquisa, 97,0% afirmaram ter conseguido atendimento, tendo 95,3% sido atendidos na primeira vez. Entre os que não conseguiram atendimento de saúde na primeira vez em que procuraram, 38,8% alegaram não ter médico atendendo e 32,7% não conseguiram vaga ou pegar senha.

Acesso a medicamentos
 Sobre o acesso a medicamentos, a PNS revelou que cerca de 1/3 das pessoas (33,2%) obtiveram pelo menos um medicamento no serviço público de saúde, e 21,9% foram atendidos pela farmácia popular.

Saúde da Família
A PNS estimou que mais da metade dos brasileiros (56,2%) moravam em domicílios cadastrados no Programa Saúde da Família (53,4%), do Ministério da Saúde, sendo que 47,3% dos domicílios cadastrados recebiam atendimento mensalmente, mas 17,7% nunca haviam recebido visita de profissional de saúde ligado ao Programa.

Plano de Saúde
Em 2013, 27,9% da população possuíam algum plano de saúde (médico ou odontológico). As regiões Sudeste (36,9%), Sul (32,8%) e Centro-Oeste (30,4%) apresentaram as maiores proporções; as regiões Norte (13,3%) e Nordeste (15,5%), as menores. A região Sudeste registrou percentual quase três vezes maior que o verificado na região Norte. Na área urbana (31,7%), o percentual de pessoas cobertas por plano de saúde era cerca de cinco vezes superior ao observado na área rural (6,2%)

Internações hospitalares
Das 200,6 milhões de pessoas residentes no Brasil, 6,0% (ou 12,1 milhões de pessoas) ficaram internadas em hospitais por 24 horas ou mais nos 12 meses anteriores à data da entrevista da PNS. Tratamento clínico e cirurgia foram os dois tipos de atendimentos mais frequentes nos casos de internação. Em estabelecimentos de saúde públicos, as proporções foram de 42,4% e 24,2%, respectivamente. Em estabelecimentos de saúde privados, os percentuais foram de 29,8% e 41,7%, respectivamente.
Em estabelecimentos de saúde públicos, o parto normal teve maior participação nas internações (7,2%) do que o parto cesáreo (5,9%). Em estabelecimentos de saúde privados ocorreu o inverso: o parto cesáreo (9,7%) superou a participação de internações do parto normal (2,1%).
Essas e outras informações integram o segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde – Acesso e Utilização dos Serviços de Saúde, Acidentes e Violência (PNS 2013), realizada em convênio com o Ministério da Saúde, e que está disponível aqui 

Giselle Chassot, com informações do IBGE


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