Um ano sem Dilma

Um ano de afronta à soberania e entreguismo

As ações implementadas contra a soberania nacional impressionam não apenas pelos alvos, mas por sugerir uma ação planejada externamente
Um ano de afronta à soberania e entreguismo

Foto: Divulgação

O golpe veio para vender o Brasil. Essa é a síntese do último ano em que uma série de ações e medidas colocaram em xeque a soberania, o patrimônio e a economia nacional. A afirmação é do estudo “Levantamento do Golpe Contra o Patrimônio Público e a Soberania Nacional” produzido pela assessoria da Liderança do PT no Senado Federal. “O golpe tem como estratégia econômica o crescimento no investimento privado estrangeiro, que aplicaria seu dinheiro na compra de nossos recursos naturais, ou seja, petróleo, terras, água e a biodiversidade”, alerta o documento.

As ações implementadas contra a soberania nacional impressionam não apenas pelos alvos, mas por sugerir uma ação planejada externamente. Uma das primeiras medidas foi entregar as reservas do pré-sal, afastando a Petrobras e alterando as regras de exploração de partilha para concessão, além de implodir a política de conteúdo nacional e, com isso, a indústria naval. Ao mesmo tempo, a Lava Jato investiu contra a indústria da construção pesada brasileira com expressão internacional, levando o setor praticamente à falência. As medidas abriram o caminho para retomar as privatizações selvagens dos anos noventa.

[blockquote align=”none” author=”Senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e Marcelo Zero, assessor da Liderança da Bancada do PT no Senado”]”O fato concreto é que essa “cooperação” estabelecida com os EUA vem agredindo a soberania nacional, usurpando prerrogativas constitucionais exclusivas, submetendo o Brasil aos desígnios e à legislação de outro país e, sobretudo, contribuindo para causar danos graves, talvez irreparáveis, a nossa economia e às nossas empresas”[/blockquote]

O entreguismo também avançou contra a indústria de defesa nacional por meio do congelamento dos gastos públicos por vinte anos, que colocou em perigo os projetos estratégicos da área. A paralisação da indústria aeroespacial, particularmente a Base de Alcântara, e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil (Prosub), em especial já evidenciam o resultado destrutivo dos ataques. Não por acaso, o mentor do programa nuclear brasileiro, o Almirante Othon, foi um dos primeiros presos da operação Lava Jato, condenado a 43 anos de reclusão. Além de atuar para desmontar as políticas de defesa, o governo Temer ensaia abrir a Amazônia para o exército norte-americano realizar “exercícios militares”.

O território brasileiro também entrou na zona de risco neste ano de ações lesivas aos interesses nacionais. Por meio de projetos e medidas provisórias, o governo Temer aposta em permitir a venda de terras a estrangeiros para “atrair investimentos”. A desnacionalização da base do Estado-Nação coloca em risco o poder do Estado brasileiro sobre vários recursos estratégicos, como energia, alimentos e água, especialmente. Além disso, a permissividade antinacional fez prosperar a perseguição e o assassinato de lideranças de trabalhadores rurais e indígenas.

“O fato concreto é que essa “cooperação” estabelecida com os EUA vem agredindo a soberania nacional, usurpando prerrogativas constitucionais exclusivas, submetendo o Brasil aos desígnios e à legislação de outro país e, sobretudo, contribuindo para causar danos graves, talvez irreparáveis, a nossa economia e às nossas empresas”, denunciaram em artigo publicado no site do PT no Senado o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o assessor da bancada Marcelo Zero, autor do estudo sobre a política de desmonte do Estado brasileiro. “’Cooperando’ com os EUA, eles estão destruindo o Brasil. Igualzinho ao golpe”, completam eles.

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