Chegamos ao fim de mais um ano. 2017 foi um período marcado por perdas ao Pais. De retrocessos, retirada de direitos, da volta da fome e do empobrecimento às famílias e lares brasileiros. Um ano marcado pela desesperança e por ataques à liberdade de expressão e à democracia.
No Paraná e no Brasil, tivemos de amargar ver as políticas públicas serem congeladas pela emenda constitucional 95, os avanços e conquistas trabalhistas serem sumariamente desmontados, os parlamentares debaterem uma reforma previdenciária pautada na retirada de direitos do povo trabalhador e um governo sem legitimidade impor tantos e tão crueis desmandos, sob a enganação de um suposto combate à corrupção, que só favoreceu ao entreguismo, aos ataques à soberania nacional e contra a nossa própria economia, à perseguição política, seletividade e às agressões.
Mas também foi um ano de lutas e de muita resistência. Mobilizados nas frentes e coletivos populares, nas organizações sindicais e nos partidos de esquerda, demonstramos nosso descontentamento, nossa indignação, repúdio e nosso protesto diante dos sucessivos golpes contra a democracia, os direitos e as necessidades do povo brasileiro. Uma resistência contra essas injustiças sociais, movida também pela revolta de sabermos que esse caminho imposto e essa opção pela exclusão social não são as respostas eficazes e muito menos foram escolhidas pela população, não são frutos da vontade livre e democrática das pessoas. É um caminho de desesperança, desrespeito e de violências.
A militância do Partido dos Trabalhadores (PT) fez muita diferença, mantendo forte o brilho da nossa estrela e do nosso projeto de nação. Como dignas e dignos defensores do povo brasileiro, das necessidades e interesses do mais pobres e da classe trabalhadora, a militância petista inspirou e motivou a direção do Partido nas suas decisões e nos seus encaminhamentos.
É por isso que o PT agradece a cada um e cada uma dos seus mais de 1,8 milhão de filiadas e filiados em todo o Brasil. E, olhando para a frente, é com essa garra e militância que estamos contando para o enfrentamento dos embates que se desenham no horizonte de 2018, com a continuidade e os desdobramentos dos ataques golpistas que virão.
Vamos aproveitar o descanso e as festas de final de ano para refletir e renovar as forças, energias, desejos e as esperanças. Para continuarmos resistindo e, logo mais, revogando os retrocessos, retomando nossas conquistas e direitos e seguir transformando para melhor a realidade da nossa gente que mais precisa de governo, que carece da segurança trazida pela participação popular e que sofre com a falta das políticas públicas que oportunizam dignidade às pessoas.
Que sob a luz da esperança transformadora, própria dos balanços e projeções que fazemos no final do ano, possamos entrar em 2018 com o coração e a mente inundados pela determinação fraterna, cristã e solidária do cuidado com o outro. E que esse sentimento nos acompanhe ao longo de todo o ano como um compromisso fiel de que um mundo melhor começa todos os dias dentro de cada um de nós.
O desenvolvimento humano e inclusivo da sociedade brasileira precisa desse engajamento, desse compromisso coletivo e da responsabilidade social que a militância do PT carrega em sua alma revolucionária e aguerrida.
Que venha 2018!
Que seja um ano de reconquistas. Em que os ensinamentos cristãos da solidariedade, do respeito e do amor ao próximo possam prevalecer entre nós e não só nos nossos discursos.
Bom Natal! E um feliz, solidário, democrático e cidadão ano novo para todas e todos que semeiam direitos e conquistas coletivas e que constroem um país melhor, com sua luta, com seu trabalho, inspirados nos seus desejos de transformação da realidade e em favor do bem comum.
*Gleisi Hoffmann é senadora da República e Presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).