Diz o manual do jornalismo em países com imprensa que tem credibilidade que não se deve brigar com a notícia. Se o fato é concreto, ele tem de ser obrigatoriamente noticiado, ainda que contrarie interesses poderosos e a opinião do grupo econômico que controla o jornal.
No Brasil, essa verdade só vai até a página 2, como se constata com a comparação das primeiras páginas dos três maiores jornais de circulação nacional, diante da principal notícia do dia: a manutenção de grau de investimento do Brasil, na avaliação da Standard & Poors’, uma das maiores agências de classificadoras de risco.
Lado a lado, as primeiras páginas dos três jornalões não deixam espaço para dúvida de que, no caso, em dois deles a notícia foi jogada para o segundo plano, para não desmentir a campanha sistemática que dissemina a ideia de que o Brasil está diante de uma crise sem saída – outra grossa mentira.
A Folha de S.Paulo não brigou com a notícia – publicando-a com o devido destaque na primeira página.
Para O Globo, a boa nota do Brasil na avaliação da agência de avaliação de risco praticamente não existiu. Em seu lugar, o jornal colocou analistas de empresas financeiras de segunda linha antevendo que a inflação iria subir.
O Estado de S.Paulo não escondeu a boa nota dada ao Brasil, mas tratou apontar riscos à avaliação da Standard & Poors com base em fontes não identificadas que sustentam a manchete principal Dilma promete a Lula e ao PT que vai rever pontos do ajuste fiscal.
Ocorre, porém, que nada do que o jornal informa é verdade, segundo a nota divulgada pelo Instituto Lula, na manhã desta quarta-feira, onde o ex-presidente afirma que, “ao contrário do que foi publicado, não foi comunicado ou conversou com a presidenta Dilma Rousseff sobre alterações nas medidas provisórias. Lamentamos a publicação da informação incorreta pelo jornal sem a devida checagem dos fatos”.
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