Plenário

Uma sessão para marcar a história da Marcha das Margaridas

Por iniciativa do senador Beto Faro, plenário realizou homenagem à 7ª Marcha das Margaridas

Agência Senado

Uma sessão para marcar a história da Marcha das Margaridas

Sessão especial homenageou a luta das mulheres camponesas que vieram à Brasília para a Marcha das Margaridas

O plenário do Senado Federal ficou lotado, nesta terça-feira (15/8), por mais de 200 mulheres que vieram a Brasília para a 7ª Marcha das Margaridas 2023. A homenagem foi resultado de uma proposta do senador Beto Faro (PT-PA), profundo conhecedor da contribuição essencial das mulheres na produção agrícola familiar. Elas constroem, em sua luta no cotidiano, um jeito de lutar participativo, colorido, coletivo. Muitas dessas mulheres viajaram até três dias para estarem em Brasília.

A Marcha das Margaridas é resultado de um amplo processo de mobilização, cuja ação passou a acontecer a cada quatro anos. “A Marcha das Margaridas, como manifestação pública, é a expressão ativa de um movimento que busca dar visibilidade às demandas das mulheres em seus diversos territórios. Essa ação política produz impacto na esfera pública, estabelecendo processos de diálogo e negociação com o Estado, a fim de obter conquistas necessárias”, afirma o senador.

A coordenadora nacional da Marcha, Mazé Morais, destacou que a mobilização deste ano acontece num contexto e conjuntura política bem diferentes. “Em 2019, a Marcha foi de resistência. Este ano, marchamos pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver.” Em seu pronunciamento no Senado, Mazé lembrou ainda aos parlamentares presentes que as mulheres enfrentaram anos difíceis vencidos pela resistência e pela coragem.

A Coordenação Nacional da Marcha apresentou aos poderes Executivo e Legislativo uma pauta de reivindicações que é fruto de diálogos construídos dentro de cada território, e pediu aos parlamentares que considerem as demandas garantindo um orçamento que contemple cada região do país. A marcha expõe essas realidades.

Outro ponto enfatizado foi o respeito às mulheres que atuam nas casas legislativas. Nesta quarta-feira (16/8), marcharão juntas com as Margaridas. A expectativa é de serem recebidas pelo presidente Lula, de quem esperam uma resposta à pauta apresentada pelo movimento.

Ao fim da sessão, o senador Beto Faro lembrou que nem todas as mulheres puderam estar presencialmente em Brasília. Mas isso não retira o alcance da marcha. O senador lembrou também da importância da pauta apresentada pelas Margaridas, como a não violência contra as mulheres, a democratização do acesso à terra, a liberação de créditos com subsídios para o extrativismo e agricultura familiar, além de apoio a saúde e educação no campo.

O senador concluiu lembrando do protagonismo da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) na organização da marcha e também do movimento amplo que hoje esse ato envolve em todas as esferas de governo, com participação maciça de deputados federais e senadores. Para Faro, nada mais importante do que homenagear uma mártir na luta pelo campo como Margarida Alves, que inspirou a criação da manifestação.

A abertura oficial da Marcha das Margaridas está prevista para ocorrer no Pavilhão do Parque da Cidade, às 17h desta terça-feira, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin, de diversos ministros e representantes de organizações parceiras. De acordo com a Contag, que coordena o evento, o ato será um momento cultural e de reafirmação da pauta das Margaridas. Além da sessão especial, o plenário ainda deve votar projeto que inclui Margarida Alves no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.

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