Aproximadamente 50% das pessoas que são elegíveis para terapia antirretroviral no mundo têm agora acesso a tratamento que salva vidas.
O Brasil é um dos países do mundo que mais garantem acesso à prevenção do HIV e aos serviços de tratamento para os soropositivos mais vulneráveis e marginalizados. É o que afirma o relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (UNAIDS), divulgado hoje, em Brasília.
De acordo com o documento, que traz números e análises sobre tratamento, mortalidade e aporte de recursos para conter o avanço da aids no mundo, o Brasil tem investido, desde os anos 90, de forma adequada nos mecanismos de prevenção.
O relatório também compara o investimento brasileiro – de US$ 600 milhões – ao da Rússia, mas ressalta que esta, ao contrário do Brasil, não tem, ainda, uma estratégia de investimento otimizada.
Segundo o diretor da UNAIDS no Brasil, Pedro Chequer, a aids tornou-se uma política de Estado no país, que também é pioneiro no acesso à terapia antirretroviral. “Apesar disso, para alcançar os compromissos firmados recentemente na Assembleia Geral, o Brasil precisa reduzir as desigualdades regionais no acesso a ações de prevenção, diagnóstico e tratamento”, alertou.
Na América Latina, desde 2001, estima-se que haja 100 mil novas infecções por HIV ao ano, mas a epidemia está estabilizada, com prevalência de 0.4. O relatório também apontou que os óbitos relacionados à aids estão em declínio, por conta do acesso cada vez maior à terapia antirretroviral.
Há 1,5 milhão de pessoas vivendo com HIV no continente latino-americano enquanto em 2001 o número era de 1,3 milhão. O aumento, no entanto, de acordo com o diretor da UNAIDS, deve-se basicamente à eficiência do diagnóstico precoce.
A questão do diagnóstico precoce foi abordada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que esteve presente na divulgação do relatório. De acordo com o ministro, este é um dos grandes desafios do Brasil hoje, que possui cerca de 250 mil pessoas infectadas com HIV, mas que desconhecem sua condição.
O ministro da Saúde também destacou a necessidade de se construir novas atitudes, principalmente entre o público mais jovem. “Apesar de as pesquisas indicarem que 97% das pessoas têm consciência que a camisinha é a melhor maneira de se prevenir a Aids e outras DSTs, temos notado também redução no uso do preservativo”, afirmou. Padilha referia-se à Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids (PCAP 2008) que apontou que, entre os jovens de 15 a 24 anos, o uso da camisinha cai de 61% na primeira relação para 50% nas relações sexuais com parceiros casuais.
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