Pela democracia

Fundações lançam ‘Unidade para reconstruir o Brasil’

Partidos progressistas articulam programa comum para enfrentar o obscurantismo pós-golpe
Fundações lançam ‘Unidade para reconstruir o Brasil’

Foto: Alessandro Dantas

Uma iniciativa pioneira das esquerdas e do campo progressista começou a dar os primeiros passos nesta terça-feira (20). O Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) lançaram nesta tarde, na Câmara dos Deputados, as bases para um programa comum para resgatar a democracia e a soberania, retomar o desenvolvimento e fortaleça a luta contra a desigualdade.

Chamada de “Unidade para Reconstruir o Brasil”, a base programática lançada pelo campo da esquerda e progressista foi elaborada pelas fundações Perseu Abramo (do PT), Alberto Pasqualini-Leonel Brizola (PDT), Maurício Grabois (PCdoB) e Lauro Campos (PSOL) é uma busca de alternativas para a crise política, econômica e institucional que o Brasil atravessa.

As quatro instituições estiveram representadas no ato de lançamento por seus presidentes Márcio Pochmann, Renato Rabelo, Manoel Dias e Juliano Medeiros.

Aprofundar a democracia
“O pacto institucional que o País firmou na Constituição, foi rompido”, ressalta a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann.

No processo que desaguou no golpe de 2106, os pilares consagrados na Carta de 1988 — a decisão pela democracia, pela proteção social e pela soberania nacional—entraram na alça de mira das classes dominantes e seus grupos de apoio, muitos deles de inspiração neofascista.

Ir além
“O Brasil é grande demais para ser governado por uma gente tão pequena”, lembra Gleisi, para quem a formulação de um programa progressista e ousado como o que os partidos de esquerda começaram a formular é um passo fundamental para reverter o obscurantismo, mas não será o suficiente.

“Está claro que mesmo a democracia formal é demais para as elites brasileiras. Temos que ir além do que já fomos e apostar também em formas de democracia direta, na mobilização, na força do movimento social”.

Para Juliano Ribeiro, da Fundação Lauro Campos (PSOL), não basta recuperar o terreno perdido com o golpe, é preciso terá a ousadia de ir além.

“Precisamos enfrentar tarefas como a democratização da comunicação e a reforma do judiciário e compreender as lutas identitárias—contra o racismo, pelos direitos das mulheres e dos LGBTs, por exemplo—como essenciais”.

O lançamento da “Unidade para Reconstruir o Brasil” abarrotou o Plenário 4 das Comissões da Câmara dos Deputados.

Aos muitos parlamentares dos partidos que assinam o documento — entre eles os senadores petistas Lindbergh Farias, líder da Bancada, Humberto Costa, líder da Oposição no Senado, e Paulo Rocha — se juntaram também deputados e senadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), representantes de sindicatos e movimentos da sociedade civil.

Unidade desde já
“Nossa unidade tem que ser programática, para o longo prazo, mas também precisa ser imediata. Não podemos marchar divididos em 2018”, defendeu o senador João Capiberibe (PSB-AP), que compôs a mesa do evento.

“Nossa tarefa é recuperar a democracia ferida não só pelo golpe de 2016, mas também ameaçada pelo que ainda está por vir. A unidade nossa unidade é uma exigência da sociedade brasileira”, reforçou Capiberibe.

A construção dessa unidade, acredita Renato Rabelo (PCdoB), não conflita com as táticas e estratégias eleitorais que cada uma das legendas vá adotar neste ano de 2018.

O ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que representou o PDT — partido que tem candidato próprio à Presidência, o também ex-ministro Ciro Gomes — concorda: “O importante é podermos estar juntos para derrotar o retrocesso. O futuro depende de nossa coragem e ousadia.

Soberania e autonomia
Para Rabelo, o objetivo maior é a construção de um projeto nacional alternativo, que articule o resgate da democracia e da soberania nacional e a defesa dos direitos sociais e a luta contra a desigualdade.

O dirigente do PCdoB destaca que o “governo intruso” de Temer não é um acidente de percurso e precisa ser contextualizado em seu papel de subordinação à tentativa de recolonização do País e da nova ofensiva neoliberal.

“O desafio é construir o desenvolvimento nacional soberano e autônomo, único caminho para assegurar a realização do nosso potencial como Nação”.

Essa necessidade de longo prazo, ressalta o dirigente do PCdoB, deve caminhar junto com as tarefas imediatas das forças progressistas: derrotar o golpe.

Veja o manifesto.

https://www.facebook.com/PTnoSenado/videos/1589112221166941/

To top