Graças à Lei de Cotas, a Universidade de São Paulo (USP) “vai ficando cada vez mais com a cara do Brasil”. A afirmação do presidente Lula ocorreu na noite de quarta-feira (25/1), durante solenidade em comemoração aos 90 anos da maior instituição de ensino superior do país.
“Eu quero cumprimentar a USP por um motivo muito especial. A cada dia que passa, ela vai ficando cada vez mais com a cara do Brasil. Uma cara que é preta, uma cara branca, uma cara parda, uma cara indígena”, disse o presidente, acompanhado pela esposa, Janja Lula da Silva, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.
“Desde sua adesão ao sistema de cotas, a USP está mostrando que para fazer parte do chamado ‘berço do conhecimento’ não é preciso nascer em berço de ouro”, prosseguiu Lula, afirmando que “não é mais a USP pensada para que São Paulo oferecesse ao Brasil a inteligência para governar esse país, mas é a cara do povo brasileiro da periferia, que, durante muitas décadas, nem sonhava em chegar na USP, e hoje é praticamente mais da metade da USP e isso é um prazer extraordinário”.
Lula disse ainda que, “embora não tenha tido a oportunidade de estudar na USP, eu fui muito ajudado a construir tudo que nós temos nesse país por muitas mulheres e muitos homens da USP, por isso, obrigado à USP”.
O presidente ressaltou que o conhecimento é uma das mais poderosas ferramentas à disposição dos seres humanos, um motor da evolução da humanidade. “Mas o conhecimento nas mãos de poucos, em benefício de poucos, provoca mais e mais desigualdade. E não se constrói um grande país com tanta desigualdade. Foi por isso que investimos cada vez mais na educação, da creche à pós-graduação”, pontuou.
Nesse sentido, o presidente citou exemplos como a Lei de Cotas e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
Lula disse que, quando se elegeu presidente pela primeira vez, em 2002, encontrou o país com 3,5 milhões de estudantes universitários e que, após seus dois primeiros mandatos, esse número cresceu para 8 milhões. “Demos aos filhos dos trabalhadores a oportunidade de se tornar doutores. Porque é assim que se constrói um país mais desenvolvido e mais justo”, enfatizou.