Vacinas salvam vidas. É o que a ciência volta a comprovar a partir de um estudo publicado pela prestigiada revista The Lancet, divulgado nesta sexta-feira (24). O levantamento, que cobriu em 2021 a vacinação contra a Covid-19 em 185 países, incluindo o Brasil, aponta que 19,8 milhões de vidas foram salvas graças ao imunizantes. Por aqui, a despeito de todas as investidas de Jair Bolsonaro contra as vacinas e as recomendações da Organização Mundial da Saúde sobre a pandemia, as vacinas salvaram cerca de 1 milhão de brasileiros.
“Quase 20 milhões de vidas salvas em um ano é um número extraordinário, e por vacinas que muita gente achava que não seriam desenvolvidas em tão pouco tempo. Isso teve um impacto imenso na pandemia”, declarou o autor da pesquisa, o professor do Imperial College de Londres Oliver Watson, autor do estudo.
A partir do estudo, os pesquisadores concluíram que houve uma redução de 63% das mortes em escala global. Por outro lado, a Lancet também coloca o dedo na ferida da desigualdade no acesso dos países às vacinas, pontuando que a meta da OMS de imunizar 40% da população fracassou. Com isso, 600 mil mortes não puderam ser evitadas, boa parte delas nos países pobres. Na Somália, por exemplo, apenas 10% da população receberam duas doses da vacina.
Negligência de Bolsonaro favoreceu aumento de mortes no Brasil
No Brasil, graças à negligência do governo Bolsonaro e sua campanha contra as vacinas, cerca de 670 mil pessoas perderam a vida por causa da doença. Apesar de representar apenas 2,7% da população mundial, o país concentra quase 12% das mortes do planeta, uma prova contundente de que a luta contra a pandemia foi um desastre absoluto.
Tanto que o Brasil continua ocupando o segundo lugar no número de óbitos globais pela doença, atrás apenas dos EUA, outro berço do negacionismo, especialmente durante o governo Trump. A catástrofe americana foi tão avassaladora que custou a reeleição do ídolo de Bolsonaro, no final de 2020. Lições que a ciência não cansa de ensinar ao longo da história.