As novas revelações de mensagens trocadas entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol evidenciam que a dupla instituiu um mecanismo de perseguição dentro da Lava Jato à margem da lei e com total desprezo ao Supremo Tribunal Federal (STF). O conluio do ministro de Jair Bolsonaro (PSL) com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) é tão grave que até mesmo a Revista Veja, insuspeita de ‘ser petista’ ou de esquerda, publicou reportagens, em parceria com o The Intercept, que mostram que o ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba enganou o ministro do STF Teori Zavascki e ainda agiu para evitar que o ex-deputado Eduardo Cunhafizesse um acordo de colaboração premiada. Entenda abaixo as revelações do Intercept e parceiros.
A publicação mostrou que Moro mentiu a Zavascki para manter os casos da Lava-Jato em seu poder, em Curitiba. O ex-juiz escondeu uma prova importante referente ao processo de Flávio David Barra, preso em 28 de julho de 2015, quando presidia a AG Energia, do grupo Andrade Gutierrez. Ele foi preso em um caso relacionado a pagamentos de propina nas obras de construção da usina nuclear Angra 3. A defesa dele pediu ao STF a suspensão do processo, uma vez que havia a suspeita de envolvimento de parlamentares, que possuem o foro privilegiado.
Zavascki cobrou explicações de Moro, que disse não saber sobre a participação de parlamentares nos supostos crimes. Ocorre, no entanto, que o diálogo entre o procurador Athayde Ribeiro Costa e a delegada Erika Marena, da Polícia Federal, mostram que o ex-juiz deu ordens para que Marena “escondesse” o documento. Costa pediu com urgência a “planilha/agenda” apreendida com Barra que descreve pagamentos a diversos políticos. A delegada, por sua vez, respondeu que por orientação de “russo” (Moro), não tinha tido pressa em protocolar o documentono sistema eletrônico da Justiça.
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