Vendas acumulam queda de 8,8% de janeiro a novembro

Vendas acumulam queda de 8,8% de janeiro a novembro

Para economistas do Dieese, a crise tende a piorar primeiro semestre deste ano 

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Marcello Antunes

10 de janeiro de 2017/17h37 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça feira (10) a pesquisa sobre o comportamento das vendas no comércio varejista, confirmando que a crise continua afetando a vontade de comprar dos brasileiros. Se o varejo vai mal, pior fica o comércio atacadista, que reduz, consequentemente, os pedidos para as indústrias que estão trabalhando com capacidade ociosa cada vez maior. 

Em que pese o aumento das vendas de outubro para novembro, de 0,6%, a receita nominal obtida pelo comércio caiu 0,3%. Isto quer dizer que o volume de produtos vendidos aumentou, ligeiramente, mas o valor que entrou no caixa foi menor. 

Essa situação confirma a tese de que a economia piorou após o impeachment da presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff. No ano, as vendas no comércio varejista ampliado, quando se inclui a venda de veículos, caíram 8,8% em relação a novembro do ano passado. A queda chega a 9,1% em relação a doze meses anteriores. Dados da Anfavea indicam que as vendas de veículos voltaram ao patamar de dez anos atrás. 

Para economistas do Dieese, a crise tende a piorar no primeiro semestre deste ano. O IBGE também divulgou hoje a previsão de safra para este ano, na terceira consulta, mostrando crescimento de 16%. Com o mercado internacional retraído para as commodities agrícolas e um mercado interno desaquecido, os preços dos produtos alimentícios poderão sofrer ligeira queda, até mesmo os industrializados. Espera-se que esses dados tenham peso entre os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, que estarão reunidos até amanhã para decidir se reduzem ou não os juros da Taxa Selic, que está em 13,75% ao ano. 

Mesmo que a equipe econômica tenha adotado uma postura conservadora, a queda dos juros pode ajudar uma ligeira melhora no ambiente de negócios, apesar da falta de credibilidade existente no governo Temer.

 

 

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