“É preciso ser mais rigoroso com as denúncias envolvendo qualquer um dos candidatos. Do contrário, o jornal estará apenas fornecendo matéria-prima para os programas eleitorais de
“Nós ouvimos discursos de |
“Um erro grosseiro” do jornal Folha de S. Paulo e as críticas feitas pela própria ombudsman da publicação, Suzana Singer, foram destacadas em pronunciamento ao Plenário, nesta terça-feira (22) pelo senador Jorge Viana (PT-AC). O jornal acusou a presidenta Dilma Rousseff de entregar casas do programa Minha Casa, Minha Vida sem água e sem luz, no município baiano de Vitória da Conquista, fato que se provou inverídico e que, segundo a Ombudsman, acabou sendo usado apenas para produzir uma manchete desfavorável à presidenta. “Como é que um veículo como a Folha entra nessa?”, cobrou o senador.
Segundo Suzana Singer, citada por Viana, “bastava ler o outro lado, na mesma matéria: o Ministério das Cidades explicou que as casas foram entregues com as instalações elétricas, hidráulicas e que cabia ao beneficiário do programa pedir a ligação dos serviços das empresas de distribuição do Estado”. O senador lembrou que essa é a regra para qualquer pessoa que compre um imóvel, com ou sem ajuda do Governo Federal: é o morador que precisa solicitar a ligação da energia e do fornecimento de água.
“Eu ouvi achincalhes, eu ouvi a CBN reproduzindo uma notícia que saiu na capa de um dos maiores jornais do País. E quanto brasileiros e brasileiras falaram: a Presidenta Dilma é uma irresponsável, está fazendo campanha”, protestou o senador. “Nós ouvimos discursos aqui nesta tribuna, de senadores cobrando, xingando o nosso Governo por estar entregando casa sem água, sem luz e sem esgoto. O problema é que era uma mentira. Quantos vão vir à tribuna pedir desculpa por ter passado uma versão falsa para o cidadão brasileiro?”, questionou Viana.
O senador considera muito positivo que um jornal como a Folha mantenha uma ombudsman para fazer a crítica interna à publicação. “Todo jornal deveria fazer o mesmo”. Ele também citou a funcionária pública Fabiana Oliveira Lira, identificada pela Folha como a beneficiária da casa “sem água, sem luz e sem esgoto” e que, posteriormente, desmentiu o jornal. “Recebi a chave da casa no dia 9. Em seguida, dei entrada no pedido da luz e da água. Eles me disseram que eu tinha o prazo de cinco dias úteis para efetivar a ligação. Quando o entrevistador – no caso o jornalista –apareceu na minha casa, a luz não estava ligada, mas ainda estava no prazo”, explicou ela.
“Isso virou uma gravíssima acusação tentando macular a imagem da Presidenta Dilma”, afirmou Viana, que destacou ainda o alerta da ombudsman do jornal: “É preciso ser mais rigoroso com as denúncias envolvendo qualquer um dos candidatos. Do contrário, o jornal estará apenas fornecendo matéria-prima para os programas eleitorais de
Cyntia Campos
Leia a nota do Governo desmentindo a matéria da Folha
Leia a coluna da ombudsman da Folha