Viana defende que suspeitas, todas elas, precisam de investigação

Viana defende que suspeitas, todas elas, precisam de investigação

Da tribuna, senador justificou opção pela ampla apuração e, com números, desfez falácias sobre a Petrobras

Viana: oposição está subordinada ao
interesse eleitoral

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deve servir ao interesse público, não ao calendário eleitoral de uma parcela do Legislativo, alertou o vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), em pronunciamento ao plenário nesta quinta-feira (3). “Onde houver suspeitas de mau uso de recursos federais, vamos apurar. É por isso que o PT quer uma CPI ampla, que investigue não só as denúncias sobre a Petrobras, mas também sobre o Porto de Suape, da Refinaria de Abreu e Lima e do Metrô de São Paulo”.

Para o senador, a convocação de CPIs separadas para apurar esses casos levaria ao desvirtuamento desse instrumento de investigação. Viana entende que as forças políticas tenderiam a subordinar os trabalhos a interesses político. “O PT quer uma CPI suprapartidária, que apure tudo. A oposição quer colocar a Petrobras, patrimônio do povo brasileiro, no meio de um processo que está mais subordinado ao calendário eleitoral”, afirmou.

Jorge Viana manifestou preocupação com a verdadeira campanha de desqualificação que vem sendo feita contra a Petrobras para justificar a convocação de uma CPI exclusiva — investigação que o senador tucano Aloysio Nunes (SP), na maior candura, não teve pejo em chamar de “a nossa CPI”, durante o debate travado com Viana na tarde desta quinta-feira. “Pinta-se um abismo no qual estria imersa a Petrobras. Só que esse abismo não é real”, denunciou o senador petista.

E quem desmente o abismo desenhado pela oposição são os números, como frisou Viana: quando o PT assumiu a presidência da República, em 2003, a Petrobras tinha uma receita bruta de R$ 69 bilhões. Dez anos depois, esse valor havia saltado para R$ 304 bilhões. No mesmo período, o lucro da empresa saltou de R$ 8 bilhões para R$ 23 bilhões. E mesmo o dado predileto das oposições, a suposta queda do valor de mercado da empresa, é uma falácia: em 2003, a Petrobras valia US$ 15 bilhões. Em 2013, seu valor já chegava aos US$ 123 bilhões.

“Usam o fato de que, antes da crise internacional, com a bolsa de valores brasileira muito valorizada, a empresa chegou a valer US$ 250 bilhões, mas esquecem a conjuntura internacional e, principalmente, que no governo do PSDB ela valia muito menos do que vale hoje”, lembrou Viana. Em seu aparte ao senador petista, o tucano Aloysio Nunes fez questão de afirmar que a valorização e o crescimento de todos os indicadores relativos à Petrobras nada teriam a ver com o governo – sem explicar, afinal, a quem devem ser creditados os resultados, já que ele mesmo e outros oposicionistas insistem que a empresa vem sendo “dilapidada por uma gestão temerária”.

Viana também foi aparteado pelos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Magno Malta (PR-ES) e Jayme Campos (DEM-MT), todos signatários da chamada “nossa CPI”. O senador petista e cobrou de todos os defensores da tese de investigação exclusiva que deixem de omitir um fato essencial: a Refinaria de Pasadena – cuja compra é o principal motor da campanha de desqualificação da Petrobras e apontada como o “fato determinado” para a convocação da CPI – está dando lucro e se provando um bom negócio. “Já no caso do Metrô de São Paulo”, rebateu o petista, não temos um fato determinado e sim um fato concreto, com uma série de pessoas já denunciadas pelo Ministério Público.

To top