Viana desmonta discurso tucano: todas as petrolíferas registraram quedas

Jorge Viana: “Não sei se a oposição está reclamando do excesso de transparência, porque vi alguns comentários nesse sentidoO recém divulgado balanço da Petrobras fomentou um pequeno embate entre o petista Jorge Viana (AC) e o tucano Álvaro Dias, no plenário do Senado nesta quinta-feira (23). Amparado em um texto – produzido pelo Instituto Teotônio Vilela, do PSDB – que pinçou dados descontextualizados do balanço, Dias retratava um dos maiores patrimônios do povo brasileiro como detentora de “uma história de fracassos”. A trágica oratória provocou a reação de Viana, que cobrou mais transparência da oposição em suas análises.

Na avaliação de Jorge Viana, o tucano ao registrar que “o balanço traz o primeiro prejuízo da empresa em 23 anos” deveria também, por compromisso com a verdade, ressaltar que o cenário internacional foi um dos fatores determinantes para esse resultado. “Não consigo compreender por que a oposição não estabelece, por exemplo, que todas as grandes companhias do mundo tiveram dificuldade nos seus balanços. Muitas tiveram crescimento diminuído e até prejuízo por conta da queda do preço do petróleo”, observou o petista.

Hoje, o petróleo tem variações que representam menos da metade do valor que tinha há alguns anos. O barril que custava US$ 100 em junho de 2014 chegou a US$ 42,85 em março de 2015, atingindo o menor valor desde março de 2009. “Mas entendo que é inconclusa essa situação”, avaliou o senador petista.

“Desvios financiaram não um partido, mas partidos políticos”

Viana também desmontou a tese do senador tucano de que “a estatal foi posta de joelhos, subjugada pelo interesse dos partidos no poder liderados pelo PT”. Ele lembrou que os desvios levados em conta no balanço financiaram vários partidos, dentre os quais o próprio PSDB, o PMDB, o DEM e o PP, como apontam as investigações.

“É importante que se diga que o desvio foi calculado em 3% de alguns contratos, na diretoria do senhor Paulo Roberto [da Costa]. Esse desvio, que a Justiça ainda está apurando, foi usado para financiar não um partido, mas para financiar partidos políticos, para financiar grupos políticos”, frisou, para depois concluir que se alguém ligado ou filiado ao PT tiver evolvido com a corrupção na empresa será identificado e punido.

Jorge Viana fez questão ainda de elogiar a presidenta Dilma Rousseff, por garantir “independência” e “transparência” absoluta no balanço divulgado. O relatório contábil da estatal foi auditado pela empresa PricewaterhouseCoopers (PwC).

“Não sei se a oposição está reclamando do excesso de transparência, porque vi alguns comentários nesse sentido. Acho que todos nós deveríamos elogiar. Primeiro, parece que o problema não é tão grande como alguns queriam. Depois, a transparência da Petrobras será muito maior depois desse episódio”, afirmou Viana.

Catharine Rocha

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