Para Viana, o melhor que o Senado pode fazer pelo País e seguir rigorosamente a Constituição na análise do impeachmentO melhor que o Senado pode fazer pelo País, na apreciação do pedido de impeachment da presidenta Dilma, é se ater “rigorosamente, ao que estabelece a Constituição, ao Regimento Interno e à lei”, que trata desse instrumento, recomenda Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente da Casa. Ele elogiou a postura assumida pele presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que na última terça-feira (19) freou o açodamento da oposição, que queria estabelecer atropelar prazos.
“Vi alguns comentaristas desinformados ou mal-intencionados, na televisão, tentando entender segundas intenções na posição do presidente Renan. Eu posso afirmar que ele fez todas as consultas, ele apreciou todas as possibilidades para em nenhum momento arredar pé daquilo que estabelece a Constituição, nem para mais, nem para menos. Eu acho que isso é obrigação da Mesa Diretora do Senado, e o Presidente Renan está decidido e cumprindo isso”, relatou Viana em pronunciamento ao plenário nesta quarta-feira (20).
Na terça-feira, o Senado chegou um acordo sobre a forma de composição da comissão especial que vai analisar a proposta de impeachment – os 21 integrantes serão indicados por blocos partidários e não por partidos. Também foi acordado que esse colegiado começará seus trabalhos na próxima segunda-feira (25), respeitando o prazo de 48 horas, que se esgota nesta sexta (22). “Então, não me venha alguém com má intenção dizer que as 48 horas são para postergar. Eles se esquecem considerar que não é simples a indicação de nomes para compor uma comissão com essa responsabilidade, ainda mais em blocos, onde você tem que fazer arranjos para poder contemplar os partidos”.
Nesta quarta-feira, Viana reuniu-se com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, e um grupo de senadores, que buscavam esclarecer dúvidas e conhecer mais a fundo o processo de impeachment e sobre as acusações formais que foram feitas à presidenta Dilma Rousseff. “O ministro Nelson Barbosa dissecou as duas acusações. No debate, a oposição não vai conseguir provar que houve crime por parte da presidenta”, garantiu o senador.
Viana alertou que embora o País esteja atravessando um momento difícil, a turbulência decorrente da tentativa de golpe só tende a agravar a situação. “Se situação está ruim hoje, com uma presidenta legitimamente, crise mesmo, dificuldades mesmo nós vamos ter se um governo ilegítimo, tendo Michel Temer à frente e Eduardo Cunha de vice, assumindo sem voto o Palácio do Planalto”.
Ele localiza como principal fator da crise econômica exatamente a crise política, construída desde o anúncio do resultado das urnas, em 2014. “Na economia, precisamos adotar medidas duras. Imaginem um governo ilegítimo conduzindo isso”. Casa o golpe parlamentar se concretize, alerta o senador, o cenário tende a piorar muito, com o crescimento do desemprego e da inflação. “Que confiança o mercado vai ter, o mundo vai ter num governo que não foi eleito para isso? Que transição até a próxima eleição esse governo faria?”.