A queda na aprovação do governo da presidente Dilma Rouseff se deve à crise econômica mundial. A avaliação foi feita pelo senador Jorge Viana (PT-AC), na tarde desta segunda-feira (10), em entrevista na saída do Plenário do Senado. Pesquisa divulgada pelo Datafolha no fim de semana mostrou que a aprovação ao governo Dilma caiu de 65% para 57%, em dois meses e meio. A intenção de voto na presidente também caiu, de 58% para 51%, no cenário mais provável para as eleições do próximo ano.
– A crise econômica afeta muitos parceiros do Brasil e termina refletindo dentro do país – explicou Viana, que ocupa interinamente a Presidência do Senado.
O senador admitiu que o consumo no mercado interno deixou de ser o “carro chefe da economia” e que o aumento da inflação e o baixo crescimento do produto interno bruto (PIB) podem diminuir o ânimo do brasileiro com a economia. Ele disse que novas medidas são necessárias.
Para Jorge Viana, uma possível solução para melhorar os indicadores econômicos do Brasil seria “cada um fazer a sua parte”. O senador afirmou que o Legislativo precisa votar as reformas, como a tributária e a política, e criar uma agenda legislativa voltada para as necessidades do país, com foco na modernização da infraestrutura.
– Assim, os investimentos públicos poderão manter o crescimento econômico do Brasil num patamar mais adequado – disse.
Na visão do senador, a queda na aprovação do governo não fortalece os apoiadores do nome do ex-presidente Lula dentro do PT, que seria um candidato mais competitivo que Dilma. Ele disse que a questão é resolvida dentro do partido com a definição do nome de Dilma como candidata à reeleição.
Oposição
Jorge Viana ainda criticou o uso eleitoral da pesquisa. Para o senador, o momento difícil da economia mundial não pode ser a “tábua de salvação das oposições”. Ele disse que, no Brasil, a oposição não cresce e fica torcendo para que o governo diminua sua popularidade. O senador ressaltou que o país conta, há dez anos, com um governo que tem dado certo e conseguido melhorar seus indicadores econômicos de “forma invejável”.
– Acho que a oposição tem que assumir seu papel de criticar e apontar caminhos e não ficar torcendo pelo ‘quanto pior, melhor’ – disse.
Presidência
Na noite desta segunda-feira, o senador Jorge Viana participa, na Embaixada de Portugal, de evento alusivo ao encerramento do ano Brasil-Portugal. Viana ocupa interinamente a Presidência do Senado por conta da viagem do presidente Renan Calheiros a Portugal.
(De Tércio Ribas Torres, da Agência Senado)