Viana pede renegociação para pagamento de impostos ao governo federal

Jorge Viana: “O comércio acriano na capital não vai ter condição de seguir com a mínima normalidade se nós seguirmos procurando cobrar os impostos como cobrávamos”Devido ao estado de calamidade pela qual passam diversas cidades acrianas, após as cheias do Rio Acre, o senador Jorge Viana (PT-AC) pediu ao governo federal a renegociação na cobrança de impostos dos moradores do estado. Durante discurso ao plenário, na última quarta-feira (4), o parlamentar afirmou que conversaria sobre a situação grave com a presidenta Dilma e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, com o objetivo de encontrar uma solução para auxiliar a população local.

Segundo Viana, é preciso trabalhar um plano diferenciado para a cidade de Rio Branco, uma das mais afetadas pela cheia do Rio Acre. “O comércio acriano na capital, onde vive a metade da população do Acre, não vai ter condição de seguir com a mínima normalidade se nós seguirmos procurando cobrar os impostos como cobrávamos”, explicou o senador, que ainda pediu apoio para a reconstrução da capital do estado.

“Certamente, amanhã, esse rio vai baixar. Aí o problema vai se agravar, porque vai haver uma cidade destruída”, lembrou. Ele citou como principais problemas a falta de luz – cerca de 40% da cidade de Rio Branco está sem luz – e de saneamento básico, além de dificuldades no serviço de transporte.

Nesta quinta-feira, foi decretado estado de calamidade pública nas cidades de Rio Branco e Brasiléia no Diário Oficial da União (DOU). Com isso, o governo local pode solicitar recursos do governo federal para ações de socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução das duas localidades – que já haviam sido reconhecidas anteriormente em situação de emergência.

Ontem, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) também manifestou solidariedade em relação ao caos que afeta aos acrianos. “Quero manifestar a nossa solidariedade ao povo acriano pelos transtornos, pela dificuldade que enfrenta neste exato momento, em função das enchentes”, disse a petista.

Esta é a maior cheia já registrada do Rio Acre, que às 17h de ontem estava com nível de 18,40 metros. Antes, o recorde foi em 1997, quando o rio alcançou 17,66m.

Quase 90 mil pessoas, em Rio Branco, foram atingidos pela cheia, sendo que 2.429 estão nos 26 abrigos disponibilizados pelo estado. Ao todo, são 123 mil pessoas atingidas no estado e 56 abrigos montados. Outros oito municípios do Acre estão em situação de emergência.

“Nós vamos ver uma situação de absoluta impossibilidade de existir alguma normalidade nos próximos dois anos [nas cidades atingidas]. Porém, se as prefeituras e o governo vão viver um drama, um gravíssimo cenário, imaginem as famílias atingidas”, exclamou Viana.

O parlamentar já teve reuniões com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi – que inclusive já fez duas visitas ao Estado, além de encontro com a presidenta Dilma para buscar soluções para as cidades atingidas. Nesta semana, Dilma já havia liberado R$ 2,5 milhões para auxiliar as vítimas de Rio Branco.

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