Viana: prevenção de desastres naturais é mais barato que reconstrução

Os trágicos efeitos da forte chuva que castigou o município de Petrópolis, localizado na região serrana do Rio de Janeiro, no último fim de semana contribuem para evidenciar, mais uma vez, a premente necessidade da implantação de uma eficiente política de Defesa Civil no Brasil. Posição esta defendida pelos senadores Jorge Viana (PT-AC) e Casildo Maldaner (PMDB-SC) na sessão plenária desta terça-feira (19).

Em aparte ao pronunciamento do peemedebista, Viana, que presidiu a comissão temporária de Defesa Civil do Senado, enfatizou que as ações de prevenção custam menos do que as obras de reconstrução pós-desastres naturais. “Dados da ONU [Organização das Nações Unidas] revelam que para cada R$1,00 gasto na prevenção economizam-se R$7,00. A reconstrução é muito complicada, muito difícil e muito cara”, ponderou. “O Brasil não tem um clima extremado como outras nações que não tem como evitar. Aqui a prevenção funcionaria, mas lamentavelmente não temos uma política de prevenção e aí ano a ano contamos o tamanho das tragédias, que lamentavelmente a cada ano levam mais vidas humanas”, completou.

Maldaner observou que a solução para o fim das tragédias foi apontado no parecer final que escreveu para a comissão especial de Defesa Civil. Ele destaco que uma das propostas é a reformulação do Fundo Especial para Calamidades Públicas (Funcap). “Da forma como está instituído, o Fundo é inócuo, pois seus recursos devem ser utilizados exclusivamente em reconstrução. Acreditando na benevolência climática, os gestores não depositam recursos e não recebem a contrapartida do Governo Federal, porque todo mundo acha que, no seu quintal, não haverá problemas”, afirmou.

Tragédia em Petrópolis

Até o final desta tarde, o Corpo de Bombeiros confirmava 27 mortos em consequência da chuva em Petrópolis. Outras 10 pessoas ainda estão desaparecidas e quase 1.500 desalojadas e desabrigadas.

O município ainda se recupera de outra tragédia ocorrida há dois anos, que deixou 900 mortos, 400 mil desabrigados e estradas e pontes completamente destruídas.

Ao tomar conhecimento, em Roma, da catástrofe, a presidente Dilma Rousseff defendeu a realização de ações “mais drásticas”, para impedir que as pessoas insistam em ficar em áreas consideradas de risco, na tentativa de reduzir o número de vítimas de enchentes. Dilma ainda destacou que a ministra da Casa Civil tomou as providências necessárias para minimizar os problemas. “A ministra Gleisi Hoffmann está provendo todos os recursos necessários para que não haja mais vítimas, para que se minimize isso”, afirmou.

Catharine Rocha

 

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