Solução para os conflitos na fronteira Brasil-Bolívia. Esse foi o apelo feito na tarde desta quinta-feira (03/05) pelo senador Jorge Viana (PT-AC). Ele citou uma lei boliviana que impede a presença de estrangeiros em um raio de 50 quilômetros quadrados de fronteira. Disse que a legislação, que se tornou mais rigorosa nos últimos tempos, criou um clima de animosidade entre brasileiros e bolivianos, gerando desconforto e insegurança a famílias que vivem dos dois lados da divisa.
O senador relatou que, há uma semana, um conflito no município de Capixaba, a 80 km de Rio Branco, no Acre, deixou clara a dificuldade de convivência. “Um grupo de militares circulou pela cidade. Os militares estavam armados, fazendo questão inclusive de expor os armamentos, fizeram compras, abasteceram carros e depois criaram um ambiente de terror na área de fronteira”, narrou Viana. “Foram momentos de muita dificuldade de famílias trabalhadoras de seringueiros, de castanheiros que até hoje viveram em paz”, explicou
Ele pediu uma intervenção firme das autoridades brasileiras pela abertura de um diálogo com os bolivianos. “O que houve, agora, na fronteira da Bolívia com o Brasil, com os brasileiros que vivem na área de fronteira foi uma afronta aos direitos humanos”, reclamou.
Jorge Viana fez questão de esclarecer que não considera que o incidente possa ser atribuído a uma ação oficial do Governo da Bolívia. “Foi uma ação isolada de autoridades bolivianas – porque havia oficiais –, que adotaram medidas inaceitáveis, do ponto de vista do que prega as Nações Unidas; inaceitáveis, do ponto de vista de como o Brasil trata e respeita a soberania boliviana; inaceitáveis, do ponto de vista humano, de vizinhos. Casas foram queimadas, criações foram dizimadas, plantações foram destruídas, muitos tiros foram dados, e o medo se estabeleceu naquela região”, protestou.
E concluiu: “Deixo bem claro aqui que sou contra qualquer tipo de retaliação, mas sou inteiramente a favor de que se restabeleça o clima de paz, harmonia, amizade na área de fronteira. E só vamos ter isso exigindo respeito do governo boliviano, das autoridades bolivianas e bom senso”.