Viana: reforma política e Agenda Brasil são prioritárias para enfrentar crise

Viana: reforma política e Agenda Brasil são prioritárias para enfrentar crise

Viana: austeridade para superar a criseA queda das bolsas da China, nesta segunda-feira (24), evidencia o agravamento da crise econômica global que afeta a economia brasileira. A turbulência exige decisões firmes, avalia o senador Jorge Viana (PT-AC). “Já temos problemas de sobra, e o mais importante é trabalharmos na busca de soluções para eles”, defendeu parlamentar em pronunciamento ao plenário.

“Temos que melhorar a eficiência dos serviços públicos. Os prefeitos, os governadores e o Governo Federal, se não reformarem suas governanças, se não diminuírem o tamanho da estrutura, que pode ser diminuída sem prejuízo de servidores estáveis, vão ter mais dificuldades que os outros para superar esta crise”, alertou Viana.

O senador ressaltou os passos necessários que já estão sendo dados para a superação das dificuldades, como a finalização do ajuste fiscal, votada pelo plenário da Casa na semana passada, e o corte de 10 ministérios na estrutura administrativa do Governo Federal, anunciado hoje pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

“A crise econômica no mundo piora, a nossa política se agrava, é um confronto permanente”, destacou Viana, que elogiou a postura dos  senadores do chamado “grupo independente”—nem alinhados ao governo, nem à oposição — que se reuniram com a presidenta Dilma, na semana passada, que se dispuseram a levar sua “contribuição sincera, falar as suas verdades para a presidenta, no sentido de colaborar com o País”. Entre esses senadores estavam os pedetistas Cristovam Buarque e Reguffe, ambos do Distrito Federal e que acompanhavam o discurso de Viana, na tarde desta segunda-feira. “Torci e trabalhei para que essa reunião acontecesse”, lembrou o petista.

Cair na real
Para Jorge Viana, não é mais possível, levando em conta os cenários brasileiro e mundial, continuar se pautando pela mentalidade de sempre gastar mais. “Isso não vai dar certo. Temos de cair na real e mudar a estrutura de governo”, defendeu o senador. Ele defende uma mudança na agenda que leve em conta as dificuldades enfrentadas no campo econômico. Para ele, há duas prioridades a serem consideradas pelo Legislativo: trabalhar a chamada “Agenda Brasil”, com medidas que podem impulsionar a economia, e a reforma política. Do Executivo, ele espera uma reforma administrativa que sinalize para a sociedade com mudanças concretas.

Atualmente, apenas com o custeio da máquina pública, da Previdência e das políticas sociais, o Brasil gasta R$ 850 bilhões por ano – R$ 850 bilhões anuais. Na atual quadra, marcada pela queda de arrecadação, aumento da inflação e crise econômica no mundo inteiro, decisões tomadas pela Câmara poderão representar um aumento de 11% nesses valores. “Vamos ter de encontrar R$ 90 bilhões a mais para o ano que vem. Estamos discutindo o Orçamento. Como vamos ter alguma eficiência e fechar esta equação sem ter a origem dos recursos garantida?”.

 

Cyntia Campos

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