O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua a ser perseguido pelo sistema judiciário brasileiro. Depois do ex-juiz Sérgio Moro e do juiz federal Marcelo Bretas, a prática do lawfare passou a ser exercida pelo juiz Carlos Bruno de Oliveira Ramos, da 4ª Vara Cível de Arapiraca (AL). De maneira abusiva, Ramos determinou a anulação do ato administrativo que deu a Lula o título de doutor honoris causa da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), em agosto de 2017. A universidade já anunciou que vai recorrer da decisão por afrontar a Constituição Federal, que garante autonomia às universidades. A decisão foi tomada pelo Conselho Superior da UNEAL, órgão máximo da instituição.
“Não é razoável, nem atende à moralidade administrativa conceder honraria a alguém condenado judicialmente e que ainda responde a outras ações penais”, justificou o juiz na decisão. A ação foi movida pela advogada Maria Tavares Ferro, candidata à vereadora pelo PSDB em Maceió. Ela foi filiada ao Novo e chegou a disputar as eleições de 2018 pelo partido, mas não foi eleita para a Câmara dos Deputados. A direção do PT reagiu à decisão do juiz.
“Rancor, ódio, sobretudo ciúmes levam a decisões como esta. Que uma candidata da direita peça, ainda vá lá, mas que um juiz dê algo assim, além de agredir a autonomia universitária é tomar partido político”, criticou a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). “Deve ter muita dor de cotovelo por não ser homenageado”, alfinetou.