Violência de gênero poderá garantir assistência social

A mulher que tenha sido vítima de violência passará a contar com o amparo da assistência social independentemente de contribuição previdenciáriaAs mulheres vítimas de violência estão mais próximas de serem incluídas entre os beneficiários da assistência social. Isso porque proposição neste sentido (Proposta de Emenda à Constituição 43/2012), da senadora Marta Suplicy (PT-SP), foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na manhã desta quarta-feira (19). A apreciação da matéria coincidiu com a deflagração da campanha 16 Dias de Ativismo para o enfrentamento da violência contra a mulher, celebrada em sessão solene do Senado.

De acordo com a proposta, a mulher que tenha sido vítima de violência passará a contar com o amparo da assistência social independentemente de contribuição previdenciária. Marta lembra que a Constituição Federal já define a essa assistência deve ser prestada pelo Estado “a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social” e que essa é uma política pública essencial à superação das desigualdades que marcam a formação histórica do País. A violência contra a mulher, além das sequelas físicas e emocionais que deixa nas vítimas, geralmente se retroalimenta da carência material da agredida, que não conta com recursos para recomeçar a vida longe do agressor.

O relator da proposta na CCJ foi o senador Paulo Paim (PT-RS), que em seu parecer destacou a definição constitucional dos objetivos da Assistência Social, garantia devida a todos os brasileiros, mas dirigida especialmente aos “segmentos populacionais que enfrentam situações mais difíceis que a maioria da sociedade” e circunstâncias de vida que geram maior vulnerabilidade para as pessoas. “Trata-se de afastá-las do risco socioeconômico de perecer, caso não recebam o devido apoio em determinado momento de suas vidas”, resumiu o parlamentar.

Paim lembra que a estrutura da Assistência Social já enfatiza a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, além da promoção da integração ao mercado de trabalho, a habilitação e a reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, assim como o amparo às crianças e aos adolescentes carentes. “As mulheres submetidas à situação de violência compõem, também, um segmento a quem é devida a proteção especial. Destacar essa medida no texto da nossa Constituição ressalta o compromisso do Estado brasileiro em lhes garantir a prestação dos direitos assistenciais especializados”.

A aprovação da PEC também foi defendida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ela ressaltou que a clara demonstração de atenção do Estado brasileiro às mulheres vítimas da violência é uma importante sinalização à sociedade e contribui para a superação dessa mazela. Gleisi comemorou que, no mesmo dia em que se dá início a campanha anual de 16 dias de ativismo contra a violência de gênero, a CCJ expresse sua sintonia e compromisso com essa luta.

A PEC 43/2012 segue agora para a apreciação no plenário do Senado. 

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