Visita rende acordos que podem duplicar comércio em poucos anos

Dilma e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto: cooperação em oito áreasBrasil e México podem dobrar o volume de transações comerciais nos próximos anos, acredita a presidenta Dilma Rousseff.  Atualmente, o México investe cerca de US$ 23 bilhões (aproximadamente R$ 71 bilhões) por ano no Brasil. No período de 2006 a 2014, os negócios entre as duas maiores economias da América Latina passaram de US$ 5,7 bilhões para US$ 9 bilhões, sendo que 97% das exportações brasileiras ao México são produtos industrializados.

“Nós temos oportunidades para avançar muito mais. Avançar mais tanto em nossas relações como nos investimentos recíprocos que podemos receber uns dos outros. Os nossos números estão aquém do nosso potencial e do tamanho das nossas economias e da força dos nossos povos. Sem dúvida, senhor presidente, temos condições de dobrar o intercâmbio comercial em alguns anos”, disse Dilma, dirigindo-se ao colega mexicano.

Nesta terça-feira (26), um dia após a chegada da comitiva brasileira, os presidentes das duas nações assinaram acordos para aprofundar as relações bilaterais, com foco na ampliação do comércio e na cooperação industrial.

“Acredito que um momento importante da história recente do Brasil foi o fato de a gente ter construído esta relação [com o México]. E acho que uma parte importante dessa relação tem de ser estreitada”, destacou a presidenta Dilma em entrevista ao jornal mexicano La Jornada

Acordos
Representantes dos governos do Brasil e do México assinaram oito acordos de cooperação em áreas como comércio, turismo, aviação e agricultura.
Entre os atos assinados, dois preveem maiores facilidades para estimular os investimentos entre os dois países e maior oferta de voos entre Brasil e México. Outros acordos preveem cooperação em áreas como pesca e aquicultura.

Um dos atos, assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, prevê cooperação técnica e científica, por meio da formação de técnicos em agricultura, tecnologia de produção e certificação de plantas para viveiros tropicais. Outro acordo, também assinado por Mauro Vieira, prevê cooperação na preservação e uso sustentável dos recursos naturais.

Brasil e México também assinaram declaração na qual reconhecem a origem da tequila e da cachaça. Segundo o governo brasileiro, o acordo prevê que haverá “cooperação alfandegária para facilitar o intercâmbio comercial.”

Encontro Empresarial
A presidenta Dilma Rousseff e o presidente Peña Nieto participam também do Seminário Empresarial Brasil-México, reúne mais de 270 empresários, sendo 210 mexicanos. Durante o evento, os empresários debaterão oportunidades de negócios e mecanismos de cooperação para facilitar o comércio entre as nações.

O encontro foi organizado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), e o Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia (COMCE).

Acordo Automotivo
Em março deste ano, Brasil e México assinaram a renovação, por mais quatro anos, do acordo automotivo entre os países. A renovação vai permitir que o comércio de veículos automotivos leves entre ambos possa chegar a US$ 1,56 bilhão, sem que seja necessário o pagamento de impostos de importação. Esse valor é válido para o primeiro ano. Depois, será reajustado, anualmente, em 3%.

Em 2012, o setor de automóveis foi responsável por 7,1% das exportações brasileiras para o México.

A presidenta retorna ao Brasil nesta quarta-feira (27).

Com informações do Portal Planalto, Ministério das Relações Exteriores e das agências de notícias

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