O Programa Vizinhança Solidária, implantado pelo 4º Batalhão Regional da Polícia Militar do Acre (4ºBPM), já em funcionamento em alguns bairros da capital, pode revolucionar a segurança pública do estado. A ação aproxima a polícia da população e desperta nos moradores uma consciência firme sobre a importância da participação de todos na prevenção da violência, onde cada um atua como agente fiscalizador da lei e cuidador do patrimônio do próximo.
“A partir da criação das ‘células solidárias’, a gente passa em patrulhamento na frente da casa do morador já sabendo quais são os seus anseios e as suas dificuldades na área da segurança”, explica a Patrícia Costa, da PM, sobre o serviço de fiscalização nas regiões de abrangência do programa de vigilância. Ela chefia as equipes de policiais responsáveis pelo contato com as comunidades e destaca os passos que antecedem a implantação do programa.
“Os grupos vão de casa em casa, se reúnem com os moradores, fazem um cadastro com o mapeamento da área e levam informações e palestras sobre a importância da participação da comunidade na prevenção da violência”, detalha. A ação abrange as regiões de maior incidência de crimes, principalmente de roubos e furtos. Uma vez organizada, a comunidade elege entre si um tutor responsável pela mobilização e acolhimento das sugestões e críticas que são repassadas à equipe de policiais de suas áreas.
O comandante do 4º BPM, major José Messias, participa pessoalmente da mobilização e das reuniões com os moradores dos bairros. Segundo ele, as dificuldades não inibem as equipes que tratam da criação do programa, mesmo sabendo que os resultados virão no médio e longo prazo. “Inicialmente parece um trabalho de ‘formiguinha’, mas a mobilização das comunidades e o aumento no nível de consciência solidária entre moradores gerarão bons frutos, fortalecendo a segurança pública como um todo”, comenta, referindo-se ao poder da ação coletiva.
Células de vigilância
Ao estabelecer um vínculo mais próximo com a Polícia Militar, os moradores participantes do programa passam a conhecer seus vizinhos e criam um laço de proteção ao próximo. Ao mesmo tempo em que observa qualquer movimentação estranha na casa do vizinho – e chama à polícia, se necessário – ele pode ter a confiança de que o olhar de seus vizinhos também o protege.
As chamadas efetuadas pelos moradores do programa são prioritariamente atendidas pelas equipes formadoras e que estão em contato direto com tais células, já que a proximidade, o grau de confiança dos moradores e o conhecimento da área as habilitam a atender com maior rapidez e eficácia.
Alarme contra ladrões
Os participantes do Programa Vizinhança Solidária no Conjunto Tucumã resolveram inovar na prevenção de roubos e furtos. A comunidade fez uma arrecadação e comprou um alarme cujo som é ouvido à longa distância. Uma voz masculina avisa: “Atenção! Esse patrimônio foi violado, favor informar ao 190.”
Na sexta-feira (2) o alarme foi acionado para teste e os moradores foram imediatamente às portas e janelas para ver o que acontecia. Naquele momento, as equipes de policiais do programa estavam presentes na mesma rua; em seguida, chegaram dois patrulheiros do Grupamento Giro, que se dirigiram ao local após ouvir a sirene.
“Estamos mais tranquilos depois da implantação desse programa e da instalação do alarme. O serviço dá certo e oferece a sensação real de segurança”, afirma a tutora da comunidade do Tucumã, Ivanilda da Silva Souza.
Fontes: Página 20, site do senador Jorge Viana (PT-AC)