Com o objetivo de mobilizar e incentivar as mulheres petistas para as eleições municipais do ano que vem, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, participou do segundo dia de atividades da Conferência Eleitoral e Programa de Governo PT 2024 Marco Aurélio Garcia.
O painel “Eleições 2024 – O Poder Político com a cara do Brasil” teve o foco debater a presença de mulheres e negros nas eleições municipais de 2024. A atividade foi uma das mais concorridas, que contou ainda com as presenças de Cida Gonçalves, ministra das Mulheres; Benedita da Silva, deputada federal (PT-RJ); Macaé Evaristo, deputada estadual (PT-MG); Anne Moura, secretária nacional de Mulheres, e Martvs das Chagas, secretário nacional de Combate ao Racismo, coordenaram o debate.
Ao iniciar sua fala, Janja conclamou às mulheres que irão disputar as eleições para terem “muita garra e muita luta” para consolidar o Brasil que subiu a rampa com o presidente Lula: “não foi só um momento simbólico, a gente queria que a cara do Brasil subisse a rampa. É isso que a gente quer para o Brasil.”
A primeira-dama, vítima de muitas agressões verbais ao longo dos últimos anos, destacou a necessidade de haver uma rede de proteção para as mulheres que vão para a disputa eleitoral: “Nós, mulheres, temos um papel muito importante nas próximas eleições. E mesmo aquelas que estão em lugares de poder e decisão, em maior ou menor grau, a gente sofre muitas agressões. E eu sei que isso assusta muito as mulheres.”
“Eu acho que esse é o nosso papel aqui, de construir uma grande rede de proteção para as mulheres que vão se candidatar. Vocês precisam ser acolhidas. Temos que construir uma rede de apoio, fazer monitoramento para não deixar essas mulheres sendo atacadas na sua honra, na sua dignidade. Alguma estratégia vamos ter que construir para isso”, disse.
A primeira-dama destacou o pedido feito pelo presidente Lula, durante a abertura do evento, onde ele afirmou para as companheiras que irão se candidatar terem coragem. “E eu complemento a fala do presidente: nós vamos estar aqui com vocês.”
Unidade entre setoriais é fundamental para projeto do PT
Ao destacar que o PT é o único partido que tem uma reserva para as setoriais, a secretária nacional de mulheres assegurou que o PT dá a largada, com a Conferência Eleitoral, para pensar e organizar a ocupação política com a cara do Brasil: “Esse trabalho do nosso partido resultou na eleição de muito mais mulheres diversas, LBTs, indígenas, negras, e assim também pessoas pretas por todo lugar no País. Temos muito orgulho de dizer que o PT, como instrumento de luta, também pode ser um instrumento de transformação”, apontou.
“E nós fizemos isso dialogado. Por isso, não poderia ser outro o nome dessa mesa que não O Poder Político com a Cara do Brasil. O Brasil que representa a maioria da população, que é a negra, e a maioria do eleitorado, que é a mulher. Essa mesa representa essa junção de construção e resultado eleitoral”, afirmou Anne Moura.
Martvs destacou o apoio de Moura na construção das ações da setorial, e assegurou que “essa é a cara do Brasil que queremos ver eleito. Por isso queremos debater aqui, o nosso palco para fazer com que o governo do presidente Lula continue sendo vitorioso. Por isso, temos que eleger o maior número de mulheres e negros ano que vem”.
Pré-candidatas precisam conhecer programas e ações do governo Lula
“Vamos triplicar, multiplicar esse número de vereadoras e prefeitas pelo Brasil. Vocês são as porta-vozes do governo Lula. Vocês estão nos municípios, que é onde as políticas públicas acontecem, e a população precisa se apoderar dessas políticas públicas para que nunca mais aconteça o que aconteceu nesse país, onde essas conquistas consolidadas foram destruídas”, orientou a primeira-dama.
Ao pedir para as mulheres estudarem as políticas e os programas desenvolvidos pelo governo Lula, Janja destacou a importância de as mulheres do PT se apropriarem do debate realizado pelo Ministério das Mulheres sobre a Política Nacional de Cuidados: “Essa política vai beneficiar diretamente as mulheres. Então, a gente precisa muito falar disso nas nossas campanhas nos municípios. Essa rede de proteção se amplia com a política do cuidado”.
Janja continuou: “Portanto, vocês precisam se apropriar dessas iniciativas do governo. Vocês são a cara, a voz e o coração do presidente Lula nos municípios. É lá que as redes de proteção acontecem. Vamos caminhar e trilhar o ano de 2024 juntas. Nos lugares onde eu puder estar, estarei”.
“Vamos construir essa rede de proteção, não se deixem abater. Denunciem as violências. Não vamos nos encolher, vamos denunciar aqueles que ferem a nossa honra, temos o jurídico do partido para isso”, finalizou.
Para a ministra das Mulheres, as eleições de 24 serão fundamentais e estratégicas: “Estas serão as primeiras eleições que vamos ter o resultado de um Ministério das Mulheres implantado pelo governo do presidente Lula, e isso tem que ser apropriado pela militância do Partido dos Trabalhadores. Queremos que os homens também defendam as mulheres. Esse partido tem que mostrar que trata as mulheres de uma forma diferente.”
Gonçalves destacou que já são 18 novas leis aprovadas para as mulheres neste ano. Além disso, ela observou dois pontos importantes para as companheiras ficarem alertas na hora do debate eleitoral: discutir a igualdade, tendo em vista que 80% dos 33 milhões de brasileiros que passam fome é composto por mulheres, negras e mães-solo. “Então essa fome tem cara, tem gênero. E discutir a igualdade passa pelo cuidado.” Por esta razão, a ministra defendeu ser fundamental o debate sobre o cuidado e os instrumentos públicos que possibilitam às mulheres terem igualdade. Segundo ela, isso fará as candidatas saírem vitoriosas.
O segundo ponto destacado por Gonçalves é a misoginia, caracterizado pelo ódio às mulheres. É notório que, em 2023, as mulheres que estão à frente de mandatos sofreram com inúmeros casos de violência, seja na esfera nacional ou nas instâncias municipais e estaduais: A primeira coisa que o fascismo quer derrotar são as mulheres e os negros.”
Bené: “É preciso empretecer a política”
Pode-se afirmar que Benedita da Silva é uma entidade máxima para as mulheres do PT. Sua trajetória abriu caminhos para que tantas outras mulheres pretas ingressassem na política. Bené relembrou para a plateia que a extrema direita ainda não foi destruída.
“Por conseguinte nós, mulheres, que somos a maioria da população, temos que arrebentar nessas eleições como prefeitas e vereadoras”, enfatizou Benedita. “Nós temos conteúdo, temos um governo que está investindo nos municípios, somos nós que temos que divulgar todas as propostas que o nosso governo está fazendo. Precisamos empretecer as câmaras municipais, em nossos estados. Sabemos que temos companheiras não-negras que estão na luta conosco, lado a lado. Por isso, as nossas campanhas deverão ser plurais, alegres, com músicas.”
A deputada estadual de Minas Gerais, Macaé Evaristo, destacou a atuação da secretária nacional em construir possibilidades de vitórias para as mulheres: “Anne vem revolucionando o Brasil construindo possibilidades para que efetivamente as mulheres estejam presentes na política. Nós precisamos nos organizar e temos muito debate a fazer, porque essa onda fascista e fundamentalista que nos assolou, não está diluída dentro dos nossos municípios. Precisamos sair com muita energia para disputar as eleições nos nossos territórios. Vamos nos colocar como pré-candidatas a vereadoras e vereadores e assim nós vamos construir a diferença”.
Do Elas por Elas