O senador Jaques Wagner (PT-BA) promoveu nesta quarta-feira (3) um debate sobre a Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. Designado relator do projeto no Senado, o parlamentar baiano ouviu as considerações sobre o projeto de artistas como Gilberto Gil, Dira Paes e Manno Góes, secretários e gestores de Cultura de diversas regiões do país, profissionais e militantes da área. A matéria será analisada pelos senadores nesta quinta-feira (4).
“Estou orgulhoso de ter trabalhado para buscar essa relatoria, pois acredito que esse projeto é uma construção social e coletiva”, explicou. “A cultura é a alma da nossa gente. Não é à toa que, durante a pandemia, milhares de pessoas criaram e se expressaram por meio das lives. A vida, querendo ou não, é a cultura respirando de dia, de tarde e de noite, em tudo o que a gente faz”, destacou Wagner.
A mobilização do setor cultural em torno do projeto foi parabenizada pelo cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Ele reforçou a fala de Wagner e cobrou também que haja o apoio necessário dos senadores. “Que a Lei Aldir Blanc seja definitivamente estabelecida para que artistas, especialmente os mais vulnerabilizados, em todo os lugares do Brasil, consigam receber esse auxílio fundamental o quanto antes”.
Para a atriz Dira Paes, a proposta se debruça sobre um tema suprapartidário, e reforça o quanto a arte é ampla, fundamental e movimenta um mercado muito próspero dentro da economia brasileira. “Estamos lutando para que, principalmente, aqueles que estão atrás das câmeras, atrás dos shows, sejam os grandes beneficiados dessa proposta que estamos na torcida para que seja aceita”.
Músico e compositor, Manno Góes defendeu que os recursos garantidos sejam distribuídos com capilaridade, contemplando todas as regiões. “Assim será possível garantir um mínimo de dignidade a todo setor cultural durante o enfrentamento desta crise”.
Gestores
Participaram também do debate secretários de Cultura de diversos estados e municípios. A secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal, que também preside o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, declarou que a lei é fruto de uma ampla construção entre sociedade civil e poder público. “Espero que o Senado Federal possa agora dar suas contribuições, pois o Congresso tem sido um ponto de equilíbrio fundamental neste momento tão difícil”.
Arany Santana, da Bahia, alertou que a luta agora não é só contra uma pandemia. “Estamos em uma luta frontal pela democracia. Ela é medida pela dimensão de justiça, além da equidade e proteção que conseguimos proporcionar à sociedade”.
“A cultura foi a primeira a sair de cena durante a pandemia e será, provavelmente, a última a voltar. Aprovar uma renda básica direcionada a esses milhões de trabalhadores e trabalhadoras é fundamental”, completou Americo Cordula, ator, gestor cultural e membro da Articulação Nacional de Emergência Cultural.