A melhor distribuição de renda e a maior participação feminina têm contribuído para impulsionar o uso da internet no Brasil. A utilização da banda larga móvel, por exemplo, cresceu quase 100%, entre 2010 e 2011. “O crescimento do número de lares chefiados por mulheres as coloca no comando da demanda por esses serviços em casa e no trabalho”, avalia o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que em discurso ao Plenário destacou o Dia Internacional das Telecomunicações e da Sociedade da Informação, comemorado nesta quinta-feira (17/05).
Pinheiro destacou o potencial das novas tecnologias para capilarizar a oferta de serviços, levando-os aos mais distantes rincões do país. Consultas e procedimentos médicos, educação à distância, serviços bancários e programas de segurança e defesa civil têm muito o quê se beneficiar das ferramentas. “É uma grande revolução”, afirmou o senador. Ele citou um estudo que demonstra que 84% da população brasileira já vivem em áreas cobertas por banda larga móvel — um aumento de 15,7% em relação a 2010.
Todos os números atestam o crescimento vertiginoso do setor: os municípios com acesso à internet rápida móvel representavam 48,6% em 2011, contra 23,4% em 2010.
A banda larga fixa cresceu 19,6% no mesmo período, saltando de 13,8 milhões de acessos, em 2010, para 16,5 milhões em 2011, e já chega a 99,8% dos municípios (em 2010, chegava a 81,1%).
O senador, porém, alerta que ainda há muito o quê crescer. “O Brasil ainda ocupa a 63ª posição no ranking de 154 países que mais têm domicílios com acesso à internet, segundo novo mapa da inclusão digital divulgado na última quarta-feira pela Fundação Getúlio Vargas”. O mesmo estudo aponta que apenas 33% das moradias brasileiras contam com acesso à rede mundial. “Ainda estamos atrás do Uruguai (57ª) e do Chile (53ª), e à frente do México (89ª), África do Sul (108ª) e Índia (126ª)”.
Pinheiro cita a alta carga tributária sobre os serviços de energia e telecomunicações
como grande entrave à universalização da internet no Brasil. “Felizmente, o governo se esforça para mudar esse quadro. Novas desonerações estão sendo estudadas para impulsionar a atividade econômica”.