Para o senador, o Brasil desponta como uma nação detentora de enorme potencial no desenvolvimento de softwares.
A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado aprovou nesta quinta-feira (08/03) requerimento de autoria do líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, Walter Pinheiro (BA), para realizar audiência pública destinada a debater o marco legal do setor de informática. Para o líder, que na última semana participou de uma das maiores feiras de informática, tecnologia digital e telecomunicações do mundo, na Alemanha, o Brasil desponta como uma nação detentora de enorme potencial no desenvolvimento de softwares. Requerimento igual ao aprovado na CI será apresentado na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação e Informática (CCT) para que a audiência seja conjunta.
Walter Pinheiro entende que o setor de informática faz parte de todas as áreas que estão sendo reestruturadas, mas, lamentavelmente, o setor há pouco tempo ganhou status que merece no Brasil. Na feira da qual participou, o ponto central das discussões foi a capacidade de produção de softwares. “Muito pouco se fala, mas foram brasileiros que criaram um software que é capaz de interagir com os quatro sistemas de TV digital predominantes no mundo. E o investimento foi de apenas R$ 60 milhões, enquanto a Europa investiu 1 bilhão de euros nas pesquisas para chegar a um mediador”, disse ele.
O software brasileiro citado por Walter Pinheiro é o Ginga, criado a partir de pesquisas desenvolvidas pela PUC-Rio e por outras 70 instituições brasileiras, em 2009. O software Ginga, recomendado para uso mundial, é ideal para interpretar todos os quatro sistemas de TV digital existentes no mundo.
“Os softwares são fundamentais desde a aplicação dentro das indústrias pesadas como numa empresa de pequeno porte. O software pode ser utilizado, por exemplo, nas ações preventivas da Defesa Civil, porque deve ser entendido como estruturante”, disse o líder, que citou, também, o caso do aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, que possui 150 pontos (fingers) de estacionamento de aeronaves que é operado por um software que não é alemão. “Temos de agregar o setor de informática na área de infraestrutura para reduzir custos e ganhar eficiência”, observou.
Marcello Antunes