Wellington anuncia criação de área de Relações Institucionais

Na primeira entrevista como novo líder, Wellington Dias antecipa quais serão suas principais linhas de atuação.


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Líder Wellington Dias
durante entrevista

 

O novo líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, senador Wellington Dias (PT-PI), afirmou, nesta sexta-feira (1º/02), que entre as prioridades de seu mandato está a criação de uma área de Relações Institucionais dentro do Gabinete da Liderança do PT. Essa área terá por missão aproximar os municípios brasileiros com o Senado Federal no acompanhamento de seus pleitos ao Governo Federal. Wellington também pretende trazer para o Senado os anseios dos trabalhadores e dos movimentos sociais por entender que esta é a essência histórica do Partido dos Trabalhadores, sem deixar de lado o acompanhamento dos projetos originados pelos senadores petistas e dos partidos do bloco de apoio e, principalmente, os encaminhados pela Presidência da República. A seguir, confira entrevista exclusiva concedida para o site PT no Senado:
 

PTnoSenado – Qual é o maior desafio do senhor nesse mandato de líder? Quais projetos devem influenciar a vida das pessoas e dos próprios militantes petistas que moram nos municípios brasileiros?

Wellington Dias – Eu diria que nesse mandato o que nós vamos fazer de novo é: primeiro, vamos trabalhar como outros líderes trabalham, ou seja, a pauta que chega do Governo Federal. Nós vamos ajudar na tramitação, nos debates, melhorar onde for necessário, mas sempre buscando a aprovação da essência do nosso projeto. Vamos trabalhar uma pauta própria de iniciativa de membros do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados e no Senado Federal ou de iniciativa popular. Vamos trabalhar para um estreitamento de relação com os municípios, com os governos estaduais nosso e dos partidos aliados e ter uma intensa relação com o os movimentos sociais. Eu quero colocar a liderança mais diretamente ligada aos anseios da pauta dos trabalhadores da área rural, dos trabalhadores urbanos, dos servidores públicos, do setor privado, dos que atuam nas estatais e trabalhar, ainda, com nossa representação nas micro, pequenas e médias empresas e nas entidades produtivas de classes empreendedoras.
 

PTnoSenado – Por que?

Wellington Dias – Eu acredito que essa é a essência do PT. E é preciso que a gente esteja em sintonia, ou seja, a pauta que nós vamos priorizar, apresentando à Mesa Diretora do Senado, ao colégio de líderes, é essa que nós vamos captar junto a esses diferentes setores que representam cada um na sua área. Queremos fortalecer o Partido dos Trabalhadores. É isso que eu espero fazer em um ano. No final de meu mandato de líder, espero ter dado como resultado, com muito trabalho e com muita determinação, o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores de tal maneira que, mais fortalecido em 2014, já com outra liderança, a gente possa colher bons resultados eleitorais. Isso significa ampliar o número de deputados estaduais, ampliar o número de governadores, ter mais deputados federais e até mesmo ampliar as vagas aqui no Senado. Quem sabe teremos a chance de se tornar a maior bancada no Senado Federal e, mais ainda, eleger presidente da República. Portanto, vamos trabalhar para ter condições de dar prosseguimento a esse projeto, de preferência encabeçado pela presidenta Dilma Rousseff.
 

PTnoSenado – O desafio, então, é enorme?

Wellington Dias – De forma muito humilde, queria deixar claro que não é fácil poder ter a responsabilidade de ser líder substituindo dois grandes líderes, o senador Humberto Costa (PT-PE) e o senador Walter Pinheiro (PT-BA), dentre outros que passaram por esta casa. Depois, por ser líder do partido da presidenta da República que conduz pelo Poder Executivo, o projeto do Partido dos Trabalhadores no Brasil, junto com vários governadores, prefeitos, vereadores, lideranças e partidos que formam o bloco de apoio, como o PDT, o PSB, o PRB, o PCdoB. São cinco partidos cujo bloco que é considerado hoje, junto com o bloco do PMDB, os dois maiores do Senado Federal.
 

PTnoSenado – No Encontro de Novos Prefeitos e prefeitas, a presidenta Dilma Rousseff anunciou que, a partir do dia 4 de fevereiro, as prefeituras já podem fazer inscrição para vários projetos governamentais, entre eles o Minha Casa Minha Vida, criação de creches, pavimentação e outros. Qual a orientação que o senhor dá ao prefeito que participou do Encontro para que ele se inscreva nos projetos?

Wellington Dias – Essa é outra grande prioridade e inovação que nós vamos fazer no mandato. Eu quero criar uma área de relações institucionais na Liderança do Senado e a ideia é que possamos trabalhar articulados com a Câmara dos Deputados. Por que? Porque nós precisamos ajudar na qualificação, junto com o Partido dos Trabalhadores e junto com o Governo Federal, de cada gestor municipal e até as entidades sociais que tenham interesse nas parcerias que a presidenta Dilma deseja fazer. Antigamente, uma prefeita, um prefeito, um secretário municipal, um vereador, um presidente de entidade tinham de andar com um ofício, um projeto, com papéis debaixo do braço para apresentar aos ministros. Agora não. Agora nós temos uma nova relação. É lá no seu próprio município que é possível apresentar no sistema de Convênios o seu projeto. A presidenta sabe o que quer priorizar. Ela quer priorizar na educação, por exemplo, até oito anos de idade, creche, ensino infantil, fundamental, toda a cobertura. Ela quer ensino profissionalizante, técnico e, abaixo 800 horas, oferece o Pronatec [Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego]. A presidenta Dilma quer trabalhar a expansão do ensino superior com a pós-graduação e esse intercâmbio de estudantes com outros países. Na educação e em outras áreas, a presidenta sabe o que cada município precisa. É ônibus escolar, é prédio, equipamentos. O município apresenta suas propostas nos programas, não só os da educação, porque são cerca de 400 programas, 80 dos quais da maior importância para os municípios.
 

PTnoSenado – Qual é o objetivo principal?

Wellington Dias – Desejamos que os municípios possam fazer o recadastramento e apresentar propostas, que repassem essas demandas para nossas bancadas. Se não tem bancada, que repassem para a liderança na Câmara ou no Senado. Nós temos condições de fazer o acompanhamento dos projetos apresentados pelos municípios. Assim como outros partidos, vamos acompanhar o que queremos de cada ministério, de cada autarquia, de cada órgão do governo federal, ou seja, prioridade. Prioridade, porque sabemos que são projetos essenciais para o desenvolvimento de cada município. É esse o esforço que vamos fazer, também, pela Liderança do PT no Senado. 

Marcello Antunes

 

Ouça a íntegra da entrevista do novo líder do PT no Senado, Wellington Dias

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