Wellington comemora crescimento da renda das mulheres

O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT – PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Eu agradeço a V. Exª. Apenas para corrigir: Wellington Dias. Wellington Salgado é alguém muito mais importante do que eu.

O SR. PRESIDENTE (Valdir Raupp. Bloco/PMDB – RO) – Perdão, Wellington Dias. É que o Wellington Salgado conviveu com a gente aqui alguns anos.

O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT – PI) – É verdade. Eu tenho o maior carinho por ele também.

Senador Valdir Raupp, eu quero saudar V. Exª, o Senador Wilson Santiago e a Senadora Marinor, primeiro, concordando e até citando um dado preciso: no meu querido Piauí, a partir da implantação do SUS, a expectativa de vida cresceu 11 anos. Ou seja, eu acho que isso por si só já diz tudo. Há problemas? Há. Vamos cuidar deles, mas, com certeza, com muito carinho, porque isso é uma vitória importante do povo brasileiro.

Eu quero aqui registrar que estive esses dias na cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, onde recebi uma homenagem da Federação do Comércio por meio do meu querido Valdeci Cavalcante, que é o Presidente, com todas as lideranças daquela região. Ali pude presenciar o Instituto do Vale do Parnaíba, lançando uma faculdade onde, entre outros cursos, teremos o de Medicina. Mas também outros cursos importantes ali serão implantados. Estive junto com o Prefeito, José Hamilton; com o Vice-Prefeito, Florentino, e com tantas outras lideranças. Aliás, lá em Luiz Correia, estive também com o Prefeito Kim.

Quero ainda dizer que estive em Cajueiro da Praia, onde recebi o título de cidadania. Lá também quero destacar todas as lideranças e agradecer ao Prefeito, à Câmara Municipal. E, depois, em Paulistana, tive a oportunidade de participar de um trabalho, de um fórum das pessoas com deficiência e visitar a obra da Ferrovia Transnordestina, que cruza o Estado do Piauí exatamente nessa região de Paulistana, Jacobina, indo em direção ao Tocantins e ao Maranhão.

Eu quero hoje tratar, Sr. Presidente, de um tema relacionado às mulheres. A renda cresce mais entre as mulheres. Eu quero falar de uma pesquisa – e fiquei feliz em vê-la publicada pelo jornal O Globo – muito interessante a respeito da renda das mulheres brasileiras.

As mulheres passaram a ser protagonistas do mercado de trabalho, do consumo, das decisões, de tudo que envolve esse mundo moderno. Se a classe C no Brasil cresceu, se a nossa economia avançou, isso se deve à crescente importância da mulher em nossa sociedade. Uma relevância que ganha cada vez mais espaço ao analisarmos os anos de estudo, a maior presença feminina na universidade, a participação crescente da mulher no mercado de trabalho e a maior participação nos programas de transferência de renda.

Tivemos um verdadeiro salto nos ganhos das mulheres nos últimos cinco anos: a massa da renda feminina subiu 30%, de 2006 a 2011, passando de R$519 bilhões para R$679 bilhões no Brasil, em um ritmo de crescimento que deixou a expansão dos homens para trás. A evolução da massa de renda masculina, no mesmo período, foi de apenas 22% – repito: contra 30% das mulheres.

Os avanços, segundo a pesquisa, foram mais expressivos entre as mulheres da classe C. A massa de renda delas avançou 48%, em cinco anos, para R$333 bilhões; enquanto a dos homens da mesma classe C subiu 38%, superando, porém, no total, com R$508 bilhões.

As conclusões são de pesquisa da consultoria Data Popular e evidenciam o lado feminino da nova classe média brasileira: quase 53 milhões de mulheres da classe C detêm quase metade da renda feminina do nosso País.

Pelos dados da consultoria, as mulheres estão cada vez mais

escolarizadas, e sua participação nas universidades cresceu tanto nos

últimos anos que elas já representam 57% do total de estudantes de

ensino superior no Brasil. É a educação, portanto, contribuindo para o crescimento da renda.

A distância entre a renda do homem e a da mulher tem caído, especialmente na classe C, apesar de ainda existir. Nas classes D e E, essa diferença é ainda maior, fortalecendo o protagonismo feminino na baixa renda.

Programas de transferência social como o Bolsa Família e os reajustes do salário mínimo, que têm acontecido sistematicamente nos últimos oito anos, no Governo do Presidente Lula e, agora, no Governo da Presidente Dilma, também contribuíram bastante para o total da renda da mulher brasileira. Temos aí a perspectiva de um importante reajuste. Lembro-me do debate em que eu dizia: “Lá na frente é saber se o Brasil suporta o reajuste.” E acho que suporta; acho que termos regras sólidas é algo importante.

É bom lembrar que o Governo destina o crédito dos programas sociais para a mulher, a mulher como cabeça da família. Com mais dinheiro na bolsa, a mulher também passou a ter ainda mais poder de decisão sobre as compras da família. Não é à toa que seu potencial de consumo está em quase R$1,5 trilhão, o que é 106% a mais do que em 2002.

Sabemos, Sr. Presidente, que a mulher é a grande gestora dos recursos da família, e essa é uma conquista que não volta mais atrás. Com mais dinheiro e com crédito, a mulher, especialmente a da classe C, aqueceu o mercado interno e contribui, e muito, para segurar a economia brasileira durante a crise financeira global.

A mulher brasileira tem tornado o mercado de trabalho mais dinâmico, e isso teve efeitos no consumo do País, no crescimento de nossa economia, na evolução social que temos vivenciado com a inclusão na classe média de cada vez mais brasileiros e brasileiras.

A nova classe média brasileira continua consumindo, mesmo fazendo uns cortes aqui, uns ajustes ali. A despeito do aumento no custo de vida, a classe C poderá fechar 2011 com gastos de R$689 bilhões, o que, segundo a consultoria IPC Marketing, é um salto de 20% sobre o potencial de consumo de 2010. É claro que temos de ter cuidado com a inflação, mas a renda crescente tem sustentado o consumo e garantido o crescimento do Brasil, Sr. Presidente.

As famílias brasileiras não querem abrir mão das conquistas dos últimos anos, e a melhoria na renda e o acesso ao crédito ajudam e continuarão a ajudar a anular os efeitos nocivos da inflação. A vida do brasileiro e da brasileira, Sr. Presidente, melhorou, mas temos de ter bom senso na hora de organizarmos nossos orçamentos.

Quero dizer que fico feliz com esse crescimento da participação da mulher tanto na renda como na educação e no poder de decisão. Quero, assim, saudar todas as mulheres do meu Piauí, saudar aqui a minha querida Marinor e, em nome dela, todas as mulheres do Brasil.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

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