Wellington: socorro a pacientes tem de ser |
Ao comemorar o Dia Mundial da Conscientização do Autismo no plenário da Casa, o senador Wellington Dias (PT-PI), afirmou que a aprovação da lei que regulamenta e define o autismo, facilitará as condições de tratamento por parte dos profissionais médicos e dos profissionais da área de psicologia e de assistência Social. “Vamos conversar com o ministro da Saúde, Arthur Chioro e com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para que a regulamentação da lei seja adequada e possa colocar o Brasil de forma moderna em relação ao autismo”, afirmou.
Ao discursar, Wellington Dias lembrou que ele e sua esposa, Rejane, têm o privilégio de Deus de conviver com uma criança autista, Daniele, hoje com 16 anos. “Ela está fazendo um tratamento. Na primeira fase, tinha muitas convulsões e passou dos cinco anos até agora sem apresentar esse quadro, mas ela voltou a ter convulsões”, relatou.
Segundo o senador, essa situação indica a necessidade de oferecer uma estrutura adequada, inclusive para preparar a família para momentos como esses. “Alguém que lida com quem tem epilepsia, como é conhecida, ou uma convulsão, tem de saber dar atendimento naqueles 30 segundos em que ocorre, no máximo um minuto, porque de lá podem vir sequelas graves.”
Wellington Dias manifestou sua alegria com a regulamentação da lei, mas disse que o Brasil precisa avançar mais e envolvendo os Três Poderes, para garantir direitos como o tratamento diferenciado na aposentadoria; condições de diagnóstico precoce; preparação da família; apoio na área da saúde; estruturação da educação e de toda a rede social.
No final de seu discurso, o senador homenageou Dona Helena da Associação de Amigos dos Autistas do Piauí (AMA) – ela tem dois filhos autistas – e leu a Oração das Crianças Especiais:
– Bem-aventurados os que compreendem o meu estranho passo a caminhar.
– Bem-aventurados os que compreendem que ainda que meus olhos brilhem, minha mente é lenta.
– Bem-aventurados os que olham e não veem a comida que eu deixo cair fora do prato.
– Bem-aventurados os que, com um sorriso nos lábios, me estimulam a tentar mais uma vez.
– Bem-aventurados os que nunca me lembram que hoje fiz a mesma pergunta várias vezes.
– Bem-aventurados os que compreendem que me é difícil converter em palavras os meus pensamentos.
– Bem-aventurados os que me escutam, pois eu também tenho algo a dizer.
– Bem-aventurados os que sabem o que sente o meu coração, embora não o possa expressar.
– Bem-aventurados os que me amam como sou, tão somente como sou, e não como eles gostariam que eu fosse.
Wellington Dias explicou que essa oração é de um autor desconhecido, e pela manhã havia sido lida pelo garoto Vitor, estudante de 10 anos que é autista e participou de uma sessão da Comissão de Direitos Humanos (CDH) para celebrar a regulamentação da lei.