Agência Brasil

Dias: “É uma meta do coração do presidente do Brasil: onde tiver uma pessoa passando fome, vá atrás"
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, celebrou novamente a saída do Brasil do Mapa da Fome, anunciada recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro” nesta nesta quinta-feira (7/8), ele afirmou que o país alcançou um dos menores índices de insegurança alimentar da história.
“O Brasil chegou a 2,4% de pessoas em insegurança alimentar. Quando a gente pega separadamente o ano de 2024, 1,7%. Foi isso que ajudou.”
Segundo o ministro, o feito marca a segunda vez em que o governo Lula tira o país dessa condição. A primeira ocorreu em 2014, no governo da presidenta Dilma Rousseff, após 11 anos de políticas públicas de combate à fome nos governos do PT.
Agora, menos de dois anos após o retorno de Lula à Presidência, o Brasil volta à lista dos países com menos de 2,5% da população em situação de fome grave.
Saída do Mapa da Fome: “Hoje, eu sou o homem mais feliz do mundo”, diz Lula
“Quem passa fome não tem coragem de dizer que está com fome”
Ao falar sobre a gravidade do problema, Dias lembrou de histórias pessoais e relatos do próprio presidente Lula. “Quem passa fome, não tem coragem nem de dizer que está com fome. É uma coisa tão violenta que a pessoa faz questão de negar.”
Ele relatou que Lula se emocionou durante reuniões do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), ao lembrar da infância com fome. “Ele chega a chorar, lembrando do sacrifício que a sua mãe enfrentou.”
O ministro ressaltou que o combate à fome é prioridade do presidente Lula. “É uma meta que é do coração do presidente do Brasil. Onde tiver uma pessoa passando fome, vá atrás.”
Bolsa Família como base para inclusão social
Wellington Dias destacou que o programa Bolsa Família foi reformulado para integrar políticas sociais e econômicas no país.
“O Bolsa Família é a porta de entrada para 42 outros programas. Para o Pé-de-Meia, para Minha Casa, Minha Vida, Farmácia Popular, Tarifa Social de Energia.”
O ministro ressaltou que o Cadastro Único (CadÚnico) é hoje mais eficiente, e que cruzamentos com dados da saúde e educação permitem uma atuação mais precisa na proteção social.
“Entrou no Bolsa Família, só sai pra cima. Nunca mais volta pra miséria, pelo que está colocado. Porque se vai trabalhar, ali a renda ainda tá baixa, paga o Bolsa Família e paga o salário. A renda se elevou, cresceu, recebe metade do Bolsa Família. Saiu do Bolsa Família porque superou a pobreza, mas não sai do cadastro.”
Wellington Dias celebra saída do Mapa da Fome: “Não há soberania sem justiça alimentar”
Emprego e empreendedorismo
Durante a entrevista, o ministro também apresentou dados expressivos de inclusão produtiva no país. “Nós alcançamos 17 milhões e meio de pessoas do Bolsa Família, do Cadastro Único, com contratos de admissão ao emprego.”
Só em 2024, conforme Dias, foram 1,7 milhão de novos empregos formais, sendo que 98,8% foram preenchidos por beneficiários de programas sociais.
Além do emprego com carteira assinada, o governo Lula impulsiona o empreendedorismo popular, reforçou Dias.
“O Brasil alcançou de janeiro de 2023 pra cá 4,1 milhões de empregos e 9 milhões de pequenos negócios. Mais de 5 milhões de pequenos negócios são do povo do Bolsa Família.”
“O social impulsiona a economia. Quando alguém tá no Bolsa Família, depende dos impostos. Quando vai pro emprego ou pro pequeno negócio, passa a ganhar três vezes mais e a roda da economia gira.”
Gás e energia para todos
O ministro adiantou que o governo Lula prepara o relançamento do programa de apoio ao consumo de gás e energia elétrica. “Hoje atendemos cerca de 8 milhões de famílias e vamos chegar a próximo de 20 milhões. Inclusive, entregando o botijão. Você vai receber uma espécie de voucher, um cheque gás.”
Na conta de luz, as famílias do Cadastro Único e do BPC terão energia gratuita ou descontos significativos. “Até 80 kWh. Essa ampliação vai atender cerca de 14 milhões de pessoas.”
O ministro também falou sobre investigações em curso envolvendo o uso fraudulento de CPFs de beneficiários em sites de apostas.
“Já tem uma primeira investigação, já com pessoas detidas. Muitas vezes, a pessoa tá envolvida em coisa ruim sem nem saber.”
Dias explicou que os cartões do Bolsa Família foram bloqueados para esse tipo de operação e que a medida foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nordeste e Amazônia
Sobre os efeitos da seca no Nordeste, o ministro falou de ações emergenciais e estruturantes. “Trabalhamos também a condição da convivência com a seca. Onde não tem água com segurança, a gente faz adutora, poço tubular, sistema de irrigação com energia solar.”
Na Amazônia, Wellington Dias destacou programas como o pagamento por serviços ambientais, o reflorestamento produtivo e a instalação de 7 mil sistemas de abastecimento de água em regiões ribeirinhas.
“Quando essa floresta nasce, ela gera riqueza, gera renda, e os nativos participam da renda.”
Ele também antecipou que a COP 30 será uma oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo sua estratégia integrada. “A nossa meta é que os líderes possam, inclusive na declaração da COP 30, garantir a integração do social com o ambiental e o econômico.”
Crédito barato e foco nas mulheres
O ministro citou ainda o programa Acredita, voltado à inclusão socioeconômica, tem gerado avanços entre os pequenos negócios. “Hoje já estamos com 5,2 milhões de empreendedores formais. 67,8% são mulheres.” Ele explicou que o programa prevê crédito de até R$ 35 mil com juros de 0,5% ao ano e descontos de até 40% para bons pagadores.
Ele defendeu o trabalho remoto como solução para mulheres cuidadoras. “É possível instalar equipamentos de call center na casa da pessoa. Ela trabalha e cuida da família.”
O ministro também fez um apelo por mais oportunidades a trabalhadores com mais de 50 anos. “Quero que nos editais de concurso, nas seleções, se garanta a condição de emprego para os mais de 50 anos. Tem muita gente cheia de experiência e de energia.”
Ao finalizar, destacou que o Brasil voltou a crescer com inclusão social. “O país saiu do mapa da fome, reduziu a miséria, a pobreza, e subiu cinco níveis no ranking mundial do IDH. Estamos garantindo crescimento econômico, aumento da renda, melhora na educação e na saúde.”