O senador Wellington Dias (PT-PI) tem a convicção de que o Supremo Tribunal Federal (STF), representante máximo do Poder Judiciário, não fará um julgamento sumário do processo da Ação 470, também conhecido como o caso do suposto “mensalão. “O julgamento político já aconteceu. Espero, agora, que haja um tratamento baseado nos princípios de nossa Constituição Federal. Também não acredito numa pressão sobre o STF porque faz parte da nossa democracia a independência entre os poderes”, afirma.
Na opinião de Wellington Dias, há fortes sinais na imprensa de uma verdadeira campanha para que os ministros da Suprema Corte adotem uma posição condenatória pura e simplesmente. Segundo ele, há o espaço a ser respeitado pela acusação e há espaço a ser respeitado pela defesa. “O que não pode haver é um prejulgamento como vimos na imprensa. Um partido político sendo julgado e condenado antecipadamente. Já vimos isso em outras oportunidades: a imprensa julgou e condenou antecipadamente e depois a pessoa foi absolvida”, diz ele.
Como exemplo desse prejulgamento, que o senador classifica como “exagero”, ele cita o caso do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, “julgado” e “condenado” pela imprensa e posteriormente absolvido pela Justiça. O mesmo ocorreu com o ex-ministro da Saúde Alceni Guerra e com a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra. “Quem vai pagar por todo o constrangimento levado à pessoa, à sua família?”, indaga.
Para Wellington, o julgamento do suposto “mensalão” deve ser tratado como qualquer outro sob que esteja sob a responsabilidade do Supremo. “Que se preserve o amplo direito de defesa e o pleno exercício democrático do debate”. O senador acrescenta que a grande imprensa tem tratado o caso como se apenas um partido político, no caso o PT, fosse afetado, já que só a legenda é citada na maioria das notícias. “Mas há outros partidos que constam no processo também, embora a imprensa tenha escolhido apenas um para citar”.
Marcello Antunes