Wellington Dias: “o semiárido não é lugar para a pobreza”

O habitante do semiárido nordestino pode perfeitamente conviver com as características climáticas de sua região, se aprender, desde criança, a respeitar seu habitat e aproveitar as riquezas naturais do local onde vive. Esse é o entendimento do senador Wellington Dias (PT-PI).

Em pronunciamento no plenário, nesta sexta-feira (20/04), ele ressaltou a necessidade de preparar cada morador do semiárido para compreender a realidade do local onde vive. “O semiárido não é lugar para pobreza. A prova disso é que em muitas regiões do semiárido nós temos a presença da riqueza. Riqueza no sentido de educação elevada, alta expectativa de vida e renda elevada”, resumiu.

Wellington destacou que é necessária a introdução de uma cultura de produção que conviva com a região. “É preciso que a gente desperte o interesse por áreas como a caatinga. São cenários belíssimos”, recordou. Segundo ele, essa compreensão de que é possível conseguir alta rentabilidade com as características regionais e, com isso, produzir riquezas inestimáveis, investindo em setores como a mineração, a gastronomia, o artesanato e a música.

“O Piauí decolou e quer continuar num ritmo de desenvolvimento em diferentes setores para ter uma economia sólida”, disse. Para isso, insistiu, é importante garantir a convivência com o semiárido. “Assim como quem mora no Canadá não pode ir contra a neve, não pode ser contra a natureza, ele tem que aprender a conviver com o lugar que todo ano tem neve, todo ano, quatro meses, cinco meses, seis meses, dependendo do rigor do inverno, tem um período em que as suas regiões se cobrem de neve, é preciso que a população seja qualificada, desde a infância, para a convivência com a região”

Wellington lembrou que, em seu estado, foi estabelecido, no currículo escolar, a partir já da pré-escola, o conceito da convivência com o semiárido. “O estudante aprende, assim, a perceber a importância dos rios, do riacho, da água subterrânea, a conhecer as plantas, e os animais, enfim, e assim as pessoas compreendem que há plantas e há animais, por exemplo, que convivem bem com o semiárido”, destacou.

“Conhecendo o ecossistema, você descobre que ali têm lençóis freáticos. Então, é possível trabalhar com a água do subsolo para garantir as condições de trabalhar com irrigação”, disse. O senador cobrou da Presidente Dilma a implantação do Programa Nacional de Irrigação para o Sul, para o Norte, para o Centro-Oeste.

“É a agricultura da segurança moderna que permite todas as regiões do País conviverem, porque irregularidade nós temos em todas as áreas, temos no Norte, inclusive na Amazônia”, ressaltou.

Empréstimo
O senador piauiense também elogiou a iniciativa da Mesa do Senado, que, nessa quinta-feira (20/04) garantiu a leitura da mensagem que trata de um contrato de empréstimo entre o Piauí, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial. Ele lembrou que o aporte de recursos é “extremamente necessário”, para manter o ritmo de desenvolvimento do Estado.

A autorização para a contratação do financiamento de US$ 350 milhões, que será destinada a um programa de desenvolvimento sustentável do estado, já foi encaminhada para Comissão de Assuntos Econômicos e deve ser apreciada na próxima terça-feira.

Giselle Chassot

Veja a íntegra do discurso do senador

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