O senador Wellington Dias (PT-PI) parabenizou a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) pelo anúncio de que a Comissão de Ética e Meios de Comunicação da entidade irá apurar denúncias contra a revista Veja oferecidas pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, vítima de uma matéria onde foi chamado como “todo poderoso” e que mantinha um gabinete paralelo ao governo para conspirar contra a presidenta Dilma. “Não poderia ser diferente a conduta da ABI. Ao longo de sua história sempre se posicionou de modo firme. Espero que se faça uma apuração com amplo direito de defesa, mas também com a seriedade que sempre norteou todo o trabalho da associação”, disse Wellington Dias.
Para o senador, independentemente de qual seja a revista, televisão, jornal ou meio de comunicação, o fato é que a conquista a liberdade teve um custo elevado para o povo brasileiro. Por essa razão, não é aceitável que por qualquer interesse um profissional da imprensa fuja da ética que ele se comprometeu a seguir no momento de sua formatura, como ocorre em todas as profissões.
“No momento que ele assume como profissional da área jornalística, e se obriga a uma conduta. Uma conduta que é tão somente a tradução para os seus leitores da verdade, sem qualquer artifício, sem invadir a privacidade, sem qualquer ato de violência, sem qualquer ato que possa gerar falso testemunho, distorções ou desrespeito ao direito da pessoa humana”, afirmou Wellington.
Na denúncia de José Dirceu, o ex-ministro também apresenta queixa à ABI sobre o comportamento adotado pelo repórter Gustavo Ribeiro que tentou se passar por outra pessoa para entrar no apartamento em que se hospeda quando está em Brasília. O ex-ministro comparou esse método do jornalista para buscar informações como os utilizados pelo semanário britânico News of the World, de propriedade de Rupert Murdoch, fechado porque usava métodos antiéticos – e criminosos – para produzir matérias destinadas a liquidar reputações – a matéria de Veja teve como autores os jornalistas Gustavo Ribeiro e Daniel Pereira.
Wellington acredita, ainda, que a iniciativa da ABI poderá ficar marcada pelo primor em busca da ética e democracia na imprensa brasileira, sendo benéfico, inclusive, para o meio de comunicação onde ocorreu o fato, porque pode induzir uma profunda reflexão sobre os limites da liberdade. “A minha liberdade termina onde começa a sua, e o meu direito termina onde começa o seu. Não posso deixar de respeitar o conjunto da legislação brasileira que trata dos direitos individuais, dos direitos coletivos, de pessoas físicas e jurídicas em nome do simples desejo de fazer uma matéria qual seja a intenção”, enfatizou.
Marcello Antunes
Ouça a entrevista do senador Wellington Dias
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