Propostas que assegurem a preservação ambiental a partir da inclusão social. Este deve ser o objetivo, na avaliação do senador Wellington Dias (PT-PI), da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. O parlamentar, ao destacar o início do evento nessa quarta-feira (13/06), afiançou que o Brasil terá o importante papel de mostrar às outras nações que é viável aliar crescimento, inclusão e proteção. “Queremos mostrar ao mundo que é possível enfrentar os problemas do meio ambiente associando a inclusão social e a superação dos problemas econômicos, como tem sido colocado em prática nos últimos nove anos, durante os governos dos presidente Lula e Dilma”, afirmou em discurso no plenário.
O senador ponderou que, em um mundo sustentável, o crescimento econômico, a inclusão social e a proteção ambiental não podem ser discutidos como temas estanques. “A discussão social separada da ambiental não se sustenta. É quase impossível encontrar soluções isoladas para questões de meio ambiente em um mundo com milhões de pessoas vivendo ainda em extrema pobreza. Aliás, bilhões de pessoas, mais de um bilhão de pessoas”, observou.
Nessa linha, o petista destacou que o País tem um arsenal exitoso de programas de inclusão produtiva, como, por exemplo, o Bolsa Verde – uma das ações do Plano Brasil sem Miséria. Ele explicou que o Bolsa Verde, em funcionamento há nove meses, já atende 17.267 famílias carentes que vivem em reservas extrativistas e que se comprometem em preservar o meio ambiente nas áreas em que vivem. “Com esses recursos, essas pessoas podem garantir a sobrevivência sem a necessidade de degradar o meio ambiente”, disse.
Índios
Wellington ainda lembrou que, paralelamente a Rio+20, a Conferência Mundial dos Povos Indígenas, a Kari-Oca, também abriu as discussões nessa quarta-feira. Ele esclareceu que esse encontro tem por objetivo influenciar nas decisões da Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável em três eixos: cultura como parte essencial da economia verde; a soberania alimentar no mundo moderno e a sustentabilidade. Índios de várias partes do planeta estarão presentes e as conclusões dos debates serão entregues em forma de documento aos chefes de Estado no Riocentro.
O senador, que é descente indígena, ressaltou que a realidade indígena precisa ser vista sem idealizações ou vitimizações. E que os “índios bem informados não querem mais receber indenizações por suas terras atingidas por grandes projetos de hidrelétricas e mineração, querem royalties, vender créditos de gás carbônico, universidade do índio, ensino técnico, instituto federal adaptado à cultura indígena”. “Precisamos ter consciência de que quaisquer investimentos ambientais no País devem gerar qualidade de vida para todos: índios e não índios”, constatou.
Catharine Rocha
Veja a íntegra do discurso do senador Wellington Dias (PT-PI)
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