Wellington quer edição de Jogos Indígenas Mundiais no Brasil

Wellington quer edição de Jogos Indígenas Mundiais no Brasil

Descendente direto da nação Gê, da tribo de Jaicó, localizada nas proximidades do município de Belém do Piauí (PI), o senador Wellington Dias (PT) levará adiante o pleito recebido de caciques representantes de diversas etnias para que o Brasil se candidate a sediar os jogos indígenas mundiais. O pedido será colocado em pauta durante a realização do evento Rio+20 que acontecerá no ano que vem, no Rio de Janeiro, quando países de toda parte do planeta discutirão os avanços na área ambiental vinte anos após do encontro Eco-92. “Eu creio que será algo espetacular e há outras reivindicações importantes que vamos apoiar”, disse Wellington ao site da Liderança do PT no Senado nesta quinta-feira (17/11).

O encontro do senador com os caciques aconteceu no último final de semana, quando foi convidado a participar da abertura dos XI Jogos dos Povos Indígenas e do Fórum Social dos Povos Indígenas, que aconteceu na cidade de Porto Nacional, em Tocantins, e reuniu mais de 1.400 indígenas de 38 etnias – existem mais de 300 etnias no Brasil. “Os caciques solicitam apoio na área de educação. Eles têm duas pautas: que nas escolas que funcionam nas comunidades indígenas a primeira língua ensinada seja a daquela etnia, para depois vir o ensino da língua portuguesa. A segunda pauta é a criação da Universidade do Índio e de uma rede de escolas técnicas”, afirmou.

Segundo Wellington, há entendimento entre as comunidades indígenas que a universidade e as redes de escolas técnicas sejam adaptadas às culturas locais. O médico absorverá a cultura indígena local, assim como o agrônomo ou um técnico agrícola, alinhando o aprendizado ao conhecimento tradicional de cada cultura.

Outro pleito recebido com otimismo pelo senador se refere aos cerca de três mil índios e índias brasileiras que têm curso superior, muitos com especialização, mestrado e alguns com doutorado. “Vi com satisfação o pedido em relação à Fundação Nacional do Índio (Funai) para que o governo possa considerar a possibilidade de um índio dirigir a fundação, alguém que conheça com profundidade a causa indígena e também seja legitimada, como já ocorre com a secretaria das mulheres, de igualdade racial e em outras áreas”, explicou.

Representatividade
O senador Wellington Dias tem ciência de que, hoje, no Parlamento, praticamente todos os setores da sociedade estão representados, exceto os índios. Isso ocorre porque o contingente populacional indígena – 800 mil índios e índias – está disperso pelo Brasil. “Nós estamos trabalhando uma cota especial mesmo que num período transitório, para assegurar que todas as regiões do País tenham na Câmara dos Deputados, que é a casa do povo, um representante indígena”, observou.

Segundo o parlamentar, o objetivo a partir de agora é organizar uma agenda e propor a criação de uma comissão nas duas casas legislativas para tratar dos assuntos relacionados aos índios. Wellington já tem mantido conversas com representantes da Frente Parlamentar em Defesa das Causas Indígenas. Durante a participação do Fórum Social dos Povos Indígenas, que aconteceu ao mesmo tempo dos XI Jogos dos Povos Indígenas, o senador se reuniu com diversos caciques, entre eles o organizador do encontro, o índio Marcos Terena e seu irmão, Paulo Terena.

Marcello Antunes

Ouça entrevista com o senador Wellington Dias (PT-PI)

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