Wellington quer entes indígenas reunidos sob um único órgão

Para Wellington Dias, o ideal seria centralizar, reunir num só órgão federal, os assuntos indígenas.

Uma secretaria com status de Ministério voltada para as questões indígenas. Essa é a proposta do senador Wellington Dias (PT-PI) para centralizar, num só órgão federal, assuntos que estão espalhados hoje por diversos ministérios, como o da Saúde e o da Justiça e, ainda, pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

Wellington lembrou, nessa sexta-feira (16/03) em pronunciamento no plenário, vários problemas que atingem a comunidade e são relacionados a áreas diferentes – por exemplo, assassinatos de índios; conflitos envolvendo terras; arrendamentos ilegais, inclusive para estrangeiros; mortalidade muito elevada e suicídios em algumas regiões.

“Ora, a solução para um problema depende do Ministério da Saúde. Vamos ser sinceros: pode uma fundação comandar o Ministério da Saúde? Não. O outro depende do Ministério da Justiça, do Ministro da Justiça, do Ministro de Relações Exteriores, do próprio Ministério do Planejamento”, explicou o senador – ele mesmo descendente de indígenas.

Segundo o senador, uma secretaria específica, vinculada à Presidência da República e com autonomia executiva para enfrentar os problemas que afetam essa parcela da população brasileira seria muito mais eficaz do que a fragmentação da questão por diversos setores do governo.

Wellington lembrou que os indígenas têm grau de mortalidade muito elevada em comparação com a média dos brasileiros. Ele estima ainda que 90% dos índios se encontram em situação de extrema pobreza. 

Ele defendeu a indicação de um indígena para a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), uma antiga reivindicação desses povos, segundo Wellington Dias. “Imagina se estivéssemos propondo a indicação de um homem para a Secretaria de Mulheres ou se colocássemos um branco para tratar da secretaria de igualdade racial. Teríamos uma guerra aqui – exemplificou o senador, lembrando que muitos indígenas estão preparados para o cargo, tendo formação superior e cursos de pós-graduação”.

 

Giselle Chassot 

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