Wellington: se espionagem afeta competição, leilão de Libra deve ser suspenso

 

Para o senador,  pede “firmeza” na apuração de
espionagem à Petrobras

As novas denúncias sobre a espionagem promovida pelo governo dos Estados Unidos envolvendo as atividades da Petrobras devem ser tratadas com firmeza, mas com cautela, avalia o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI). “É preciso apurar o que houve de interceptação de informações. Se for concluído que essa interceptação desequilibra as condições de competição, a licitação do Campo de Libra tem que ser suspensa”, afirmou.

Mais cedo, a presidenta Dilma Rousseff divulgou nota oficial para condenar as novas revelações da imprensa sobre a espionagem norte-americana. Dilma afirmou que, se comprovadas as tentativas de conseguir informações confidenciais sobre a Petrobras, “fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos”.

Para o senador, é preciso fazer uma análise cuidadosa dos documentos e informações revelados pelo ex-agente americano Edward Snowden, que denunciou o esquema de espionagem, lembrando que parte importante desses documentos vem sendo revelada pelo jornalista Glen Greenwald, correspondente no Brasil do periódico britânico The Guardian. “Podemos começar por aí, mas também é importante analisar os termos da licitação. Se não identificarmos problemas no edital, se ele tiver sido bem elaborado, dificilmente informações vazadas poderão prejudicar o processo”.

Para Wellington, o esquema montado pelo governo americano para espionar governos e cidadãos do mundo inteiro é “um dos episódios mais graves e constrangedores de toda a história” das relações internacionais. “Antigamente existia o espião localizado. Agora, a espionagem está disseminada”. O senador destacou que o uso de satélites que são regidos por tratados internacionais para esse fim é mais um agravante.

O líder petista considera correta a iniciativa da presidenta Dilma Rousseff de buscar a Organização das Nações Unidas como mediadora dessa crise, além de articular o Brasil com os demais países vitimados pela espionagem, para buscar uma solução nos fóruns multilaterais. “É preciso que haja uma reação conjunta de todos os Estados que tiveram a sua soberania violentada”, afirmou Wellington. “O fundamental é que não fiquemos só no jogo de palavras”.

Ele considera que ainda é cedo para a presidenta cancelar sua visita aos Estados Unidos, marcada para outubro. “Vai depender da resposta do presidente Barak Obama. Só o pedido de desculpas não resolve. É preciso que haja um compromisso dos governo americanos de apoiar uma regulamentação internacional que garanta a inviolabilidade da privacidade dos cidadãos de todo o planeta”.

Cyntia Campos

Leia mais:

Na mídia: Novas revelações apontam espionagem à Petrobrás


Se comprovada espionagem, foi por “interesses econômicos e estratégicos”

To top