Xenofobia e falta de boa vontade explicam barreiras a refugiados, diz Paim

Xenofobia e falta de boa vontade explicam barreiras a refugiados, diz Paim

Paim: nós, que defendemos o princípio maior da vida, não concordamos que nem os animais, em hipótese alguma, sejam tratados da forma como são tratados os imigrantes hoje no mundoAs barreiras impostas a refugiados por países europeus foram criticadas pelo senador Paulo Paim (PT-RS) nesta sexta-feira (11), em discurso da tribuna da casa. A Hungria, por exemplo, construiu uma barreira de arame farpado ao longo de 175 quilômetros da fronteira com a Sérvia para evitar a passagem de imigrantes. “Enquanto Alemanha e França, principalmente, procuram ampliar o recebimento de refugiados, países do sul da Europa resistem a assumir sua responsabilidade, como se os imigrantes não fossem humanos. A xenofobia e a falta de boa vontade explicam melhor o posicionamento de várias nações do mundo [de barrar a entrada de refugiados]”, afirmou.

Cerca de metade dos mais de 380 mil refugiados que atravessaram o mar Mediterrâneo, neste ano, são sírios fugindo da guerra civil. Outros grandes grupos que buscam as costas europeias são formados por afegãos, eritreus, nigerianos e somalis.

A foto de um menino morto numa praia da Turquia se tornou o reflexo da gravidade da crise migratória. Aylan Kurdi, de apenas três anos, fugia com a família das atrocidades do grupo terrorista Estado Islâmico na Síria para a ilha grega de Kos. A Turquia, principal destino dos refugiados, recebeu 1,6 milhão de pessoas, número dez vezes maior que os pedidos de asilo recebidos pelos 28 países da União Europeia nos últimos três anos.

“Cenas como essa chocam, machucam a todos nós. É como se os seres humanos pudessem ser tratados como animais. E nós, que defendemos o princípio maior da vida, não concordamos que nem os animais, em hipótese alguma, sejam tratados da forma como são tratados os imigrantes hoje no mundo”, disse Paim. 

Como forma de superar a crise migratória, o parlamentar defendeu que as nações respeitem os dispositivos internacionais como a convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, com eficácia legal desde 1967. A convenção consolidou instrumentos legais em relação ao tema.

“Os Estados têm sido frequentemente instados pela ONU a ratificar esse instrumento e fazer dele uma lei interna daquele país. Cabe lembrar que o próprio Conselho da União Europeia recomendou aos países membros a ratificação desse protocolo de acolhimento dos refugiados”, destacou o senador petista.

 

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