Ângela Portela alerta para risco de novas catástrofes como a de Mariana

Ângela Portela alerta para risco de novas catástrofes como a de Mariana

Ângela: empresas foram displicentes na prevenção e mostraram não ter um plano para o caso de desastresA senadora Ângela Portela (PT-RR) alertou, nesta terça-feira (24), em plenário, para o risco de novas catástrofes com efeitos “dramáticos” iguais ou superiores ao acidente que ocorreu em Mariana (MG), na barragem da mineradora Samarco, subsidiária da Vale.

A parlamentar salientou que o acidente produziu “dramáticas consequências, culminando na perda de vidas e com gravíssimos danos ambientais”. Para ela, o vazamento da lama tóxica, resíduo do processo de mineração, deve servir ao menos de alerta para o que pode vir a ocorrer num futuro breve.

“Não se sabe ainda quantas mortes ocorreram em função da ruptura da barragem. Também não se sabe até onde chegarão os danos ambientais causados por essa onda devastadora que destruiu o rio Doce, ameaça espécies expandir-se oceano afora”, destacou.

Ângela Portela salientou que, se ainda não é possível mensurar a dimensão dos estragos ocorridos, sabe-se que essa é uma tragédia que pode se repetir. Somente em Minas Gerais, apontou a senadora, existem mais de 700 barragens como a que se rompeu. Destas, apenas algumas são vistoriadas, segundo dados do Ministério Público. Além disso, existem cerca de 27 milhões de toneladas de rejeitos nessas barragens. “De acordo com a legislação, quem fiscaliza a barreira é a própria empresa”, disse. 

Para a senadora, o texto que tramita no Congresso Nacional e visa atualizar o Código de Mineração não contribuirá para corrigir a situação.

De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), 16 barragens espalhadas pelo País apresentam situação de alto risco e afetam mais de 500 mil pessoas e podem atingir, se sofrerem danos, as bacias dos rios Amazonas, Paraguai e São Francisco.

Ainda segundo Ângela, nada menos que dez barragens em situação de risco se encontram na Amazônia.

Ângela também lembrou que as mesmas empresas que são responsáveis pela catástrofe de Mariana têm feito furos e deixando rejeitos na região a mais de 70 anos. “Não se pode cruzar os braços diante desta situação. No caso de todo o Vale do Rio Doce, constata-se a cada fase da investigação, que as empresas foram displicentes na prevenção e mostraram não ter um plano de ação preparado para o caso de desastres”, apontou. 

Leia mais:

Presidente do PT condena “lucro a qualquer preço” na tragédia de Mariana

Decreto que libera FGTS para vítimas não isenta Samarco de responsabilidade

 

To top