Brasil inaugura, na Amazônia, a maior torre de pesquisa climática do planeta

Brasil inaugura, na Amazônia, a maior torre de pesquisa climática do planeta

Torre Alta da Amazônia representa um grande avanço nas previsões de tempo e cenários muito mais precisos sobre o climaA 150 quilômetros ao nordeste de Manaus, no meio da densa floresta tropical brasileira¸ o Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO, na sigla em inglês) foi inaugurado após um ano de construção, no último sábado (22). A estrutura de 325 metros permitirá a análise de mudanças e modelos climáticos na floresta amazônica, além de monitorar os componentes da atmosfera relevantes às mudanças climáticas.

“Com a Torre Alta estamos atingindo um marco na pesquisa do sistema Terra. Todos os dados que estamos gerando com esta nova torre de medição estão sendo incorporados a modelos para predizer o desenvolvimento do clima”, explica Ferdi Schüth, vice-presidente da Sociedade Max Planck.

Bem acima das copas das árvores da floresta tropical, um moderno equipamento de medição irá coletar dados sobre gases de efeito estufa, partículas de aerossóis, propriedades de nuvens, processos de camada-limite e transporte de massas de ar. Os resultados obtidos fornecerão um grande avanço nas previsões de tempo e cenários muito mais precisos sobre o clima. Dessa forma, os formuladores de políticas púbicas contaram com um arcabouço mais conciso para desenvolver regulações sobre a política de ambiente e metas climáticas globais.

Relevância global

Devido a extensão da Amazônia, maior floresta tropical relativamente homogênea do mundo, os processos climáticos e atmosféricos do ecossistema têm a capacidade de influir nos ciclos climáticos e atmosféricos de outras regiões do planeta. Deste modo, os processos e ciclos da floresta têm despertado o interesse de cientistas e pesquisadores de todo o mundo.

“A localização da torre na floresta tropical brasileira, situada longe das influências humanas, garante dados relativamente não adulterados”, explica Meinrat O. Andreae, diretor do Departamento de Biogeoquímica do Instituto Max Planck de Química, instituição responsável pela coordenação do projeto no lado alemão.

O principal questionamento que os pesquisadores da ATTO pretendem responder é como a Amazônia influencia os processos de interação biosfera-atmosfera e as mudanças do clima e os efeitos desses fatores no ecossistema da região. O diretor do Inpa, Luiz Renato de França, classificou a Torre Alta como um “empreendimento da humanidade”. “A grandeza deste projeto é maior que os 325 metros da torre de pesquisa. O fato que vale ressaltar é a quantidade e a qualidade dos estudos científicos inéditos que teremos sobre a Amazônia”.

 

O projeto

Estimada em R$ 26 milhões, sendo R$13 milhões aportados pelo governo brasileiro, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI), e R$ 13 milhões pelo governo alemão, a Torre Alta emitirá os dados coletados para 15 instituições científicas e tecnológicas e universidades do País. A Universidade Estadual do Amazonas (UEA) também foi parceira da iniciaitiva. Foram destinados R$ 2 milhões para restaurar a estrada do rio Uatumã até o sítio do projeto.

“Comparada a outros empreendimentos científicos e tecnológicos, os investimentos no Observatório de Torre Alta da Amazônia são pequenos”, destacou o coordenador do projeto ATTO pela Sociedade Max Planck, Jürgen Kesselmeier. “Estou ansioso pelas informações e resultados que iremos gerar. Buscamos entender adequadamente o papel que a floresta desempenha na formação de partículas de aerossol e, portanto, a formação de nuvens.”

Para o ministro conselheiro da Embaixada da Alemanha no Brasil, Claudius Fischbach, o ATTO é o reflexo das duas principais esferas de cooperação entre Brasil e Alemanha. “Os dois países tem parcerias importantes nos campos de ciência e tecnologia e proteção climática. A Torre Alta prova que estamos em busca das questões que vão moldar a vida nos próximos séculos”, disse.

“Os parceiros do lado do Brasil, especialmente aqueles na Amazônia, têm enfatizado que o maior legado do projeto ATTO para a comunidade brasileira será a experiência a ser transferida por meio do trabalho conjunto entre cientistas e estudantes brasileiros e estrangeiros”, comentou Rodrigo Souza, professor da UEA.

Assista um vídeo explicativo sobre o Observatório da Torre Alta da Amazônia

 

Com informações do Portal Brasil e do Ministério daCiência, Tecnologia e Inovação

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