Greve Geral

MTST volta a protestar contra prisão de militantes

O pedreiro Luciano, o motorista Ricardo e o frentista Firmino tiveram a prisão preventiva decretada sob a alegação de "garantia da ordem publica"
MTST volta a protestar contra prisão de militantes

Foto: Mídia Ninja

Militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) voltaram a protestar, na manhã desta terça-feira (2), contra a prisão de três de seus integrantes durante as manifestações da greve geral de 28 de abril. Luciano Antônio Firmino, pedreiro, Ricardo Santos, motorista, e Juraci Santos, frentista, foram transferidos agora pela manhã do 63º Distrito Policial, em São Paulo, para o Centro de Detenção Provisória, já que a juíza Marcela Filus Coelho converteu a prisão provisória dos três em prisão preventiva.

“Ou soltam nossos presos, ou paramos o Brasil”, gritava o grupo de cerca de 150 pessoas que se concentraram em frente o 63º DP, na Zona Leste, desde as 6 horas da manhã. Alguns dos manifestantes atravessaram a cidade para levar sua solidariedade a Luciano, Ricardo e Juraci, como registrou o dirigente do MTST, Guilherme Boulos. “Tem gente que veio do Capão Redondo (a cerca de 60 km de distância). Nós somos uma família e enquanto eles estiverem presos, nós estaremos aqui fora cobrando justiça”.

[blockquote align=”none” author=”Manifestantes do MTST”]Só pobre fica preso. Se fossem ricos, estavam em casa[/blockquote]

“Só pobre fica preso. Se fossem ricos, estavam em casa”, protestavam os manifestantes, em vídeo divulgado na página do MTST no Facebook. Muito emocionada, a mãe de Ricardo Santos lembrou que seu filho é um trabalhador  que está preso por lutar “por um pedacinho de chão” para construir sua moradia. “Lutar não é crime”, respondiam os manifestantes.

A juíza alegou que sua decisão para transformar a prisão provisória em preventiva—que não tem prazo de duração determinado—na necessidade de “garantia da ordem pública”. Os três manifestantes foram presos na última sexta-feira acusados de “queimar pneus, explodir rojões e tentar atear fogo a um ônibus”, versão negada por diversas testemunhas. Os advogados do MTST atribuem a prisão à pressão feita por policiais militares sobre o delegado. “Eles se ofereceram para fazer exame de resíduo de pólvora, para provar que não usaram rojões”.

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