“A democracia no Brasil se chama Lula”, foi assim que Juan Carlos Monedero, fundador do partido espanhol Podemos, se referiu ao ex-presidente ao visitá-lo na sede da Polícia Federal em Curitiba, em novembro do ano passado. Desde que Lula se tornou um preso político, em abril de 2018, a cidade paranaense virou palco de resistência.
A Vigília Lula Livre é prova de que o povo não abandona seus líderes e de que é impossível calá-lo. Ao contrário do que desejam seus algozes, sua voz ecoa cada vez mais longe, entoada por figuras políticas de destaque, de todo o mundo, que o visitaram durante os 369 dias que se passaram desde que a justiça brasileira se mostrou partidária e antidemocrática.
Muitos Lulas
Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, visitou Lula em junho. Mujica passou 12 anos na prisão, durante a ditadura militar, por lutar por mais direitos para o povo do seu país. Ele foi preso em 1973, depois de ser alvejado por seis tiros, e só foi solto em 1985. “Podem prender o corpo, mas as causas dos homens e das mulheres que lutam nunca está presa, porque caminha com as pernas dos companheiros”, declarou ele em Curitiba, ao sair de seu encontro com o ex-presidente.
Em julho, o deputado italiano Roberto Gualtieri foi ao encontro de Lula, rompendo com o isolamento que quiserem impor ao preso político. “Lula é uma referência para todos os democratas do mundo e da Europa por suas políticas de igualdade social e desenvolvimento. Lula deixou o Brasil mais parecido com a Europa, conjugando políticas de crescimento econômico com igualdade social”, afirmou ele.